29 novembro, 2006

Delírio!

Sopraram no meu ouvido
feito transmissão de pensamento
que teu corpo calejado
pelas dores da saudade,
arde em brasa feita febre,
de quem ama em silêncio!

Se tu queimas em delírio
cuidado, pois não sou eu,
que estou contigo,
podes revelar o teu segredo
sem eu ter que dizer nada!

Eu te cuido, nada falo,
só não peça minha vida,
que eu não faça poesia,
eu morreria sufocada
sem essa fantasia!
Não Deixa!

Você foi o meu querer mais forte,
e a vontade de ficar mais perto!

Você foi o meu amor mais certo,
que minha emoção viveu!

Você foi o aconchego mais nobre
em que me deixei ficar!

Você foi à certeza mais pobre
que meu amor apostou
e que o tempo comprovou
ser de enganos e falácias,
num amor que só existiu
no canto silencioso
do meu corpo abandonado!

Você foi o meu desengano,
duas vezes consumado
nas cicatrizes que guardo,
feito um grande fardo
nas dores que hoje carrego!

Quando seremos esquecidas
de todas essas lembranças
que atormentam o ocaso
das nossas vidas!

Será preciso morrer?
Não deixa...

Adeus!

S’eu não procuro,
s’eu não ligo ou te chamo,
não é porque não quero
ou não sinta saudade,
simplesmente não acredito
mais na tua verdade!

De que valeu esse tempo todo,
se tudo está igual, tal qual,
o tempo que já vivemos,
que eu conheço,
e que foi fatal
para a minha saída!

Mas não entristeça,
fica a boa lembrança
do nosso reencontro,
do nosso abraço
e de tudo que trocamos
naquela noite de agosto!

Fica a saudade no silêncio
de tudo que não falamos,
fica no ar e no vento
sempre que ele balançar
os teus cabelos!
“Guirlandas”

Como o amor subverte,
corrompe e se apropria
da própria cria que se cria,
quando deixamos passar
ao largo o verdadeiro amor!

Brincastes com fogo
fazendo de conta
que me esquecia,
colocando ao teu lado
outros amores que agora são,
tuas dores de cabeça!

Não tenho culpa se colocas
“guirlandas” na cabeça,
a título de uma saudade
nesse amor que te acompanha!

Eu estava quieta no meu canto,
saboreando do meu mel,
feito uma abelha rainha
poemando os meus amores!

Se hoje tu andas desse jeito,
assim meio assustada,
entocada e encolhida,
culpa de quem não saca
que teu amor, sou EU!

Dois erros, dois enganos,
que a falta de coragem
deixam juntos nessa hora!

Eu me liberto e sorrio
quando lembro do teu abraço
e da noite que ficamos
a mercê da tua traição!

Eu sou livre e me divirto,
sou alguém deixando teu caminho,
saio em busca da minha paz
que o teu chamado tirou!


Laços de Família!

Feito dama, senhora e rainha,
a dona do meu destino caminha
atrapalhada pelas escolhas
que a vida lhe apresentou!

Um romance independente
deu-lhe um filho na carona,
muito amor, muito carinho
e muito bem escondido
um sentimento de culpa,
que o tempo não apagou!

Ela é doce, carinhosa,
tem carisma e muita estima,
mas mistura a ternura
e os afetos que encontra
com os laços de família!

Triste ironia que se alia
para o bem e para o mal,
mãe, irmãos, filho e tias,
que se embalam e se pegam
quando a felicidade chega
para quem tem o nome de rainha!

Hoje estou fora dessa ronha,
mesmo havendo sido
por um tempo, “boi de piranha”!

Sobrevivi a essa travessia,
com cicatrizes na alma
e uma dor no coração,
que só ameniza quando lembro
do brilho do teu olhar...


Santa Maria!

Minha cidade ferve
e em ebulição perde-se
no descontrole de ambulantes,
camelôs e novos mascates,
que pelas ruas e calçadas
espalhados sem critérios,
apinham-se de pessoas buscando
sobreviver a qualquer custo,
mesmo que seja na contravenção!

Se é certo ou errado a condenação
dos que dali levam para casa o pão
ou então um outro senão,
tenho para mim que todos são
trabalhadores na contramão
de uma cidade sem oportunidades,
que deixa seus jovens,
crianças e velhos
perderem seus sonhos!

Onde fica a nova porta,
o novo mundo que espero
para essa cidade que eu quero
grande, maior e limpa!
Onde fica!

28 novembro, 2006

Quatro Amores!

De quimeras e esperas foram todos os meus sonhos, que iluminaram minha vida dando cor e trazendo novas emoções ao meu coração tão seduzido por paixões!
Uma a uma fui vivendo todas elas, sempre como se fosse única e última e em cada fui deixando pelo caminho um pouco dos meus sonhos, mas sempre levando a esperança de que valia a pena continuar perseguindo o amor e esse sentimento que da ritmo ao meu coração: A paixão!
Busquei-a em minha vida toda e na medida em que a encontrava, a vivia com a intensidade dos náufragos que não querem perder a esperança de chegar à praia, mesmo que o corpo e o coração já não possam suportar o esforço de tal empreitada e acabava perdendo o fôlego e ficando cada vez mais a deriva de um novo sonho para continuar vivendo, ficando a cada tombo mais forte, pois viver o amor e buscar a paixão sempre foi a minha luta, a minha procura!
Foram tantos os tropeços que hoje já não peço nenhum tipo de abraço que console minha dor!
Deixei a cada partida parte da minha vida ser levada pelo amor que saía da minha vida!
Primeiro foi à paixão do primeiro caso, do primeiro amor, meu maior amor, que abalou minha emoção, que me fez conhecer o inferno e viver no paraíso!
Amei e conheci a felicidade enquanto pude e em nada me arrependo de ter vivido esse amor e essa paixão que atropelou minha vida, deixou marcas e cicatrizes, mas que foi fantástica na intensidade e nas lembranças que deixou em mim e que nunca consegui esquecer.
Amei demais, mas apesar de tudo, quebrei a cara!
Depois foi um amor amigo, companheiro, manso e delicado, honesto em todos os seus propósitos, que até hoje sobrevive na emoção do meu carinho!
Foi dos amores que eu tive o que menos tumulto causou, sendo sempre um aliado para todas as minhas dificuldades e ainda hoje é o guardião sincero das minhas dores, quem cuida de mim e me chama a atenção sempre quando saio da linha.
É o amor mais amigo que eu já tive e serei grata à vida inteira por essa benção que Deus colocou na minha vida, para clarear os meus caminhos, dar repouso e guarida para todas as minhas dores!Tenho saudades daquele tempo!
Mas como a vida são caminhos, saímos para outras estórias!
O terceiro foi intenso, nem pior nem o melhor dos outros que havia tido.
Foi todo diferente na entrega e na atitude, com conquistas e fracassos, onde deixei ancorado meu coração apaixonado para sair feito um Dom Quixote a construir castelos e sonhos e aí sim criar raízes para adormecer nos braços do meu melhor amor!
Era tão certo esse querer em minha vida que sequer tive tempo para perceber quando fiquei com o pincel em minhas mãos, estatelada no chão, sem escada e sem guarida, lastimada na emoção, sozinha e sem ter como e para quem pedir socorro!
Depois, mesmo apesar de tudo, dei um tempo e acreditei nesse amor e recriei um novo tempo de glória, mas com uma nova estória familiar para vencer!
Acreditei, e novamente fui à busca desse amor, que era para ser um amor para a vida toda e sem reservas, medos ou fantasmas, me deixei levar mais uma vez ...
Só mais tarde percebi que mais uma outra vez quebrava a cara!
Por fim a magia e a delícia de um beijo todo especial, puro encantamento que me fez sobrevivente assumida, seduzida por uma paixão sem igual que o tempo mostrou ser muito desigual!
Foi uma via de mão única, numa paixão sem retorno onde mais uma vez, quebrei a cara!
Foram poucos os meus amores, mas a todos amei com fidelidade, emoção, alegria e paixão, sem saber nunca o que foi ter traído alguém!
Talvez tenha sido aí que eu tenha errado...
Tropecei e escorreguei nos desmandos do meu coração, mas nunca perdi a emoção de acreditar que a paixão e o amor ainda são os melhores momentos que a vida nos deixa para recordarmos, sempre que estivermos à deriva, sem horizontes para conquistar!
Estava assim, quieta, sossegada no meu canto, poemando as lembranças dos meus amores, sobrevivente dessas quebras amorosas, quando sem esperar, muito tempo depois de haver se passado a minha terceira estória, o telefone tocou no meio da noite........

23 novembro, 2006

Envelheço!

Meu coração,
Minha alma,
Meu corpo,
Minha emoção,
Minha calma,
Meu sorriso,
Minha vida,
Meu trabalho,
Minha alegria,
Meus sonhos,
Meu amor,
todos eles são metades,
nas metades que sobraram!

Sou agora um anjo torto renegado,
proscrito dos meus amores,
queimando a última chama
antes que a morte chegue!

Sou agora o avesso
do verso que nunca escrevi!

Eu envelheço!
Morrer de Paixão!

Não quero viver agora
porque estou só, um amor
temporão, daqueles de fim de vida!

Desses de jogar cartas,
mimar cachorros,
assistir novelas
e chorar pela emoção
dos outros mocinhos!

Quero ser eu a heroína,
com brilho no olho
e de rubor na face
pelas noites de amor!

Não quero um amor
acomodado e medroso
pela solidão da idade,
sequer pela pressão arterial,
por dietas de baixas calorias,
pois se tiver que morrer agora,
que seja para sentir as glórias
de uma paixão que me enquadre,
moldure-me e resplandeça
todo brilho da minha aura,
do meu olhar e do meu sorriso
escancarado pelas alegrias
marotas dos nossos encontros!

Quero um brilho no olhar
e uma paixão comovente,
pois se for para amar e morrer assim,
terei dado significado e verdade
para todos os versos que a saudade
apaixonada me fez poemar
para todos os meus amores!

Não quero viver nessa idade
um amor à conta gotas,
pois todas as minhas gotas
quero perder no suor,
nos beijos e abraços
dos nossos corpos nus,
saciados pelo ardor
e pela paixão do amor,
que não repara se nossos
corpos já estão senis!

Quero beijar, afagar e ninar
todas as dobras, todas as rugas,
e catar as emoções de cada uma,
pois ali residem as cicatrizes
das grandes estórias de amor!

Não quero viver um amor temporão,
com medos e cuidados,
e com a mesma velha mesmice!

Quero mais é viver a paixão
e morrer de preferência,
no aconchego do teu abraço!

20 novembro, 2006

Réquiem Para Um Amor!

Ontem arranquei o último véu
de todos que vesti para não ver
que não eras quem deverias ser!

Com dor, lamentos e tristezas
comecei a perceber os danos
que deixei meu coração armazenar
em todos esses nossos anos
que eu julguei ser de amor!

Que me adiantou ter entregado
o melhor da minha vida,
e tu bem sabes o quê,
se hoje eu percebo
que não vês por que
de sequer falar comigo!

Deixa estar, essa eu supero,
vou calar a minha boca,
fechar os meus ouvidos
e nunca mais vou me espelhar
no brilho do teu olhar!

Vou ser apenas alguém
com quem uma noite traiu
o teu olhar, o teu corpo,
tuas lágrimas, o teu abraço
e numa só entrega
fez-me senhora do teu destino!

Ta escrito no brilho
do teu olhar e no medo
descabido de viver
esse amor na plenitude,
que ainda vou assistir
a vida te desmentir!

Seremos então nessa hora,
duas almas em frangalhos,
sem honras ou medalhas,
meros mortais sem mortalhas
em cinzas das batalhas
que a vida nos fez viver!
Dicotomia do Desejo!

Importa sentimentos,
gestos, ações, palavras, atos,
se não têm em ti sentimentos
de amor para reconhecer,
os que foram feitos por ti?

Importa palavras ditas
com amor na dificuldade,
que te acolheram
e te puxaram do fundo do poço,
se o que vale agora é essa mentira?

O certo é que nada mudou,
vale somente a tua vontade
de sobreviver aos cacos
pois continuas vivendo
com a metade da tua verdade,
fazendo de conta que ama,
trazendo-me para tua cama
em nome de uma saudade!

Pensa e olha bem para o lado
e veja se vale o infortúnio
de me quereres ao teu lado,
só para aplacar o cio
da minha pegada,
de que mesmo longe,
com certeza não esquece!

Veja ao lado, tem alguém
que não merece ser também,
mais uma tola enganada!

Larga mão de querer tudo,
pois assim eu não me presto,
mesmo tendo sido
uma noite inesquecível!

Toma jeito e te cuida,
pois posso me arrepender
e sair no teu encalço,
pois o caminho eu já conheço!


14 novembro, 2006

Conto da Saudade!

Hoje tenho fome,
passo sede e me escabelo,
outrora não era assim,
tinha casa, tinha um nome,
um trabalho e teu amor!

Hoje apanho da vida
e não ligo, junto
todos os pedaços
e faço versos que não lês!

Se hoje eu ando eufórica,
nervosa e metafórica
é porque deixei ao longo
dessa minha caminhada,
pedaços da minha retórica!

Ando a esmo, ando em busca,
ando em circulo e não acho
o meu ponto de equilíbrio!

Estou solta sem amarras,
sem cuidados, sem destino,
apenas sobrevivo
com uma dor no coração!

Apanho e não reclamo
desse amor que revivemos!
Encruzilhada!

Quando penso no que houve
e no silêncio que me coube,
fico tensa e me atordôo
por guardar esse segredo!

Porque atendi o teu alô,
escutando emocionada
tua voz e teu chamado,
s’eu sabia não ter esquecido
o que sempre deixamos claro,
o amor que nós sentíamos!

Era certo que algum dia
nós teríamos esse encontro,
só não contava com o impacto
desse abraço e desse pacto
de ficarmos em silêncio
preservando um outro alguém!

É difícil ser elegante
atendendo ao teu pedido
e negar-me ao teu chamado!

13 novembro, 2006

Joana Mãe e Sogra!

Conheci faceira e ligeira em sua fala,
colega parceira de mesmo colégio,
valente e corajosa na luta pelos filhos,
sempre correndo dum lado pra outro,
buscando o sustento e dignidade
para todos os filhos criados!

Uma mulher de respeito e valor,
que sempre levava nos lábios,
a cor vibrante do vermelho colorado,
sempre na bolsa, marca registrada
a lhe enfeitar o sorriso de mulher!

Ela foi mestra, mãe, avó e sogra,
e mesmo havendo diferenças, aprendi
a desculpar os enganos e os erros
e a respeitar seus equívocos!

Hoje quando eu a sinto limitada
na sua bravura de andar e de buscar
o seu melhor lugar, a vejo melhor,
com o melhor dos meus carinhos!

A vida deixa marcas e cicatrizes
que amadurecem nossos deslizes,
fazendo o perdão chegar mais cedo!
O Espelho!

Um corpo cansado caminha
cabisbaixo, ladeira abaixo,
mal suportando o peso
das pernas que cambaleiam,
que não mais se afirmam
dentro dos calçados velhos
e carcomidos pelo uso!

Bamboleia uma dança
com sua bengala, como se ela
fosse o par namorado
de um tempo não mais lembrado!

Toda semana encontro
por onde passo essa mulher,
que um dia apaixonada,
viveu sua estória de amor
e que hoje solitária pela perda
do amado, faz a feira
com a dignidade dos que sabem,
que é só uma questão de tempo
viajar para o outro lado!

É doce perceber o amor
com que olha o seu retrato!

12 novembro, 2006

Chão Batido!

Pedras e pedras, todas elas
conhecidas pelos pés cortados,
cheios de calos, imundos pelo pó
da terra, do chão batido todos
os dias pelas velhas havaianas,
pelo carro de caixotes e do cão
esfomeado, volta para casa feliz
com goles na cabeça, um trabalhador
dessa cidade, que transito infeliz,
pelo centro esburacado e sujo,
por calçadas descompostas
e por um transito assassino
que retira das ruas o menino
que a família não quis
e a sociedade não soube
o que fazer com ele!

Que cidade é essa que esquece
que com aquela carroça
vai um homem ou uma mulher,
com estórias e vivências
que se fossem conhecidas,
muitos dos nossos políticos
teriam outra postura
ao fazerem nossas leis!

Que triste é essa cidade
que se enfeita pela Santa Medianeira
e que deixa nossos índios
entregues a sua pouca sorte!

Que cidade é essa que se esquece
que o hoje amanhã não volta
e que o agora, amanhã já era!

11 novembro, 2006

Reencarnação!

Minhas forças se esgotam,
a cada gota do meu suor!

Já não tenho coragem
para me indispor com a vida
e buscar a cada passo, o ponto
de equilíbrio que necessito!

Sinto que se escoa
em cada manhã,
um verso de amor,
que se perde de mim,
da poesia que preciso
para manter viva a chama
que sustenta e arrebata,
meu coração eternamente
enamorado de paixões!

Sinto que me calo
e me destôo daquilo
que um dia fui!

Sucumbo à guilhotina,
deixando para trás
meus sonhos de menina!

Vou atrás da paz
que me fará renascer melhor!
O Grande Espetáculo!

Não faça pirraça com minha desgraça,
se eu perdi o bonde da minha história
e atropelei o tempo e a minha geografia!

Não ria se meu rio secou, e meu horizonte
virou miragem, no olhar trôpego de viajante
sem mapa, bússola ou bagagens!

Não ria da minha desdita vida,
pois já me embaralho com os pés
em bolhas, coração em frangalhos,
tentando ainda um espaço
para repousar os meus retalhos!

Fui palhaço da minha emoção
num circo sem picadeiro,
onde apenas eu assistia,
o “grand finale” da minha vida!

Sem querer mover uma palha,
deixei o tempo correr
e sem mais nada para fazer,
assisti o vento espalhar uma a uma,
a maravalha das minhas lembranças!

Não ria pois levo como conforto,
como alívio para minha dor,
a tua traição e aquele “abraço”
que trocamos no teu quarto
naquele distante Agosto de 2006!

Podem todas as leis condenarem
esse encontro, só não podem,
é reconstruir o que o nosso amor
deixou naquela noite acontecer!

Nada será mais belo,
que o brilho de amor do teu olhar,
no meu espelhado!

Nada será mais eterno,
que dois corações emocionados,
em transe, surtados
pela emoção do encontro!

Sei que ali naquela hora,
morreu o palhaço poeta,
o meigo louco apaixonado
que as turras levou a vida!

Sem mágoas de amor vivido,
levo nessa minha partida
o sabor do teu desejo,
o gosto do teu beijo,
a emoção do teu abraço
como sinal mágico,
que a minha despedida,
foi mesmo, um grande espetáculo!

Eu te perdôo!
Tempos de Pecados!

Sei que tens medo de abrir a porta
outra vez, e ver que se comporta,
assim tão descomposta pela saudade!

Sei que tens medo, mas o que importa,
se essa saudade é a tua verdade
e a razão do teu chamado!

Viva ao extremo essa vontade,
pois se o corpo reclama e tua alma
padece, não deixa que a idade
limite o tamanho do teu pecado!

Mande as favas, para o alto,
seja amante, seja crente que o amor
ainda marca, a paixão do teu olhar!

Fico quieta no meu canto
observando teu encanto,
sou espera nessa estória
encantada de amor!
Não Lamento!

Descobri que vou morrer
com o teu abraço
sendo o último,
com o teu beijo
sendo o último,
com o nosso amor
sendo o último,
com a nossa transa
sendo a última!

Descobri que vou morrer
como sendo a única,
como sendo a última
que se anima, a fazer
num último poema,
um poema de amor extremado!

Um poema abençoado
para um amor que se vitima
a cada segundo, com a rima
e o ritmo dos que morrem de paixão!

Sou romântica e me entrego
com emoção para essa dor
que sem razão cala meu coração!

Morro lastimada de saudade,
com uma dor aguda que poemo
com a coragem de ter vivido,
esse amor com intensidade!

Não lamento!
Somos Iguais!

Não gosto e nem desgosto
dessa nossa situação!

Faço de conta que eu amo
nas palavras que poemo,
e mesmo quando eu chamo
teu nome em poesia
e não mostro minha alegria,
eu sofro de uma saudade!

Tu levas o brilho do amor
no olhar quando me olhas
e destratas essa emoção,
na tua negação de mim,
mas esquece um detalhe
que quem chega pela porta,
chamas pelo meu nome!

Somos assim até quando,
se enganamos
e nos traímos a cada olhar!

Minhas Verdades!

Pago mico, forço barra,
fico zonza, faço farra,
perco a calma, digo nome,
faço verso e dou o fora!

Sou intensa, sou inteira,
quando amo sou completa
de anseios e temores,
sou mentira quando penso
que sou forte!

Tenho sede, tenho gana
de viver uma paixão,
que me acabe, que me mate,
que não caiba
nesse meu coração vagabundo,
que se encolhe, que recolhe
migalhas da tua emoção!

Tenho raiva, tenho medo
porque atendo teu chamado,
sou otária porque guardo teu segredo!

Sou metade que te amo,
meia metade que me odeio,
quando mato teu desejo
e a fome do teu cio!

Sou pequena, sou mimosa
quando me pegas e me aninha
no calor do teu abraço,
sou então nesse momento,
outra metade que só mostro
quando estou junto contigo!

Fragmentos Amorosos!

Ainda tenho no corpo as marcas
e o cheiro da nossa farra amorosa,
do perfume do incenso de rosa,
exalando paixão pelo quarto
com a lua cheia por testemunha!

Ainda tenho na boca o gosto de menta
dos beijos que em câmara lenta
descobriam a nossa geografia,
nossos picos, nossos montes,
nossos vales, nossas grutas,
para então saciados, ficarmos
ao relento dos nossos lençóis,
ao som das manhãs e dos pardais,
dos bem-te-vis e sabiás,
quero-queros com sabor de quero mais!

Ainda tenho a aliança gravada
mostrando que o tempo existiu,
e que o amor que vivemos,
tempo nenhum e ninguém,
apaga num piscar de olhos!

Veja o brilho dos teus olhos
quando me tens por perto!

07 novembro, 2006

Eterno!

É pena que esteja assim
e não veja que o fim
não aconteceu!

Mudas o rumo,
trocas a prosa
e o nome dela,
mas eu estou lá
a fazer parceria
na tua emoção!

Pequenos deslizes
numa bela estória
de amor e cicatrizes,
que o tempo ameniza
nesse amor que se eterniza!
Desejos de Mulher!

Queria saber ficar
sem me apaixonar,
fazer sexo responsável
sem me deliciar
nos temperos da paixão!

Ser mulher de um tempo novo,
sem stress, culpas ou pecados,
para todas as traições
serem apenas experiências
de um novo aprendizado!

Queria ser moderna,
sem essa baderna
que fica meu coração,
quando estou apaixonada!

Queria, mas tropeço quando atendo
teu chamado apaixonado
e assim perdida de mim,
dou cabo dessa certeza
de ficar sem ter paixão!

Sou assim, tão certa de mim,
que sei qual o fim
que me será fatal!

Morrer amando,
sem ter nunca sublimado
essa paixão!
Cabra Cega!

Essa mão que se estendeu
desde a primeira vez
e que sempre defendeu
tuas razões e teus motivos,
hoje sem a força
das razões e dos motivos,
afasta-se em silêncio
tentando morrer em paz!

Esse meu coração enamorado
e pleno de paixão,
rebela-se para deixar
outro amor se aproximar
e por não ser capaz de mudar
o rumo dessa emoção,
saio de cena a cada dia!

De que adianta nossas almas,
seduzidas pelo amor
que um dia vivemos,
ficarem orbitando
em nossa volta,
se não temos volta
e nem recomeço!

Tomamos uma atitude
e mudamos o curso de tudo
ou calamos para sempre,
sem nenhuma virtude,
a nossa covardia!

Não somos mais crianças
brincando de cabra cega!
Chega!
Culpas!

Ninguém as teve,
se o que fizemos
foi por amor!

Culpas!
Quem de nós saberia
o que iria acontecer
depois daquele chamado!

Culpas!
Não tenho,
repito a dose
mesmo sendo
a conta gotas!

Culpas!
Não tens,
foi a saudade
que rompeu o teu silêncio
trazendo-me pros teus braços!

Culpas!
Do frio,
do cio,
do silêncio,
do inverno,
do inferno da noite do tempo de solidão,
da emoção da paixão,
da saudade,
da verdade,
da distância do faz de conta que não conta,
do celular,
da poesia do brilho no olhar,
eu não sei!
Houve?
Culpas!



Concerto!

Sabes quando te percebi querendo
uma voltinha ao nosso passado!

Foi naquela manhã fria
de inverno, onde na tua casa,
fui buscar meu celular!

Ficou clara tua alegria,
essa emoção inocente
de sentir se nosso abraço
ainda causava apreço
no teu coração emocionado!

Sem intenção de pecado
foi perfeito nosso encontro,
pois ninguém se fez presente
na emoção desse abraço!

Só dois corações
numa mesma sintonia,
única sinfonia
que ousamos fazer um dia!
O Canto do Sabiá!

O canto sofrido que ouço,
dolorido de paixão,
chega como um soluço
aos meus ouvidos,
ainda na madrugada!

É forte e vem de perto
do mato e da sanga,
que arranha minha cidade!

O canto doce e apaixonado
vem da minha goiabeira,
pois é lá que se aninha
um Sabiá Laranjeira,
que em plena madrugada
acorda a sua amada
e a prole que se cria!

Cria vida a minha sanga
que se zanga quando chega
o calor da poluição!

Canta, canta oh sabiá,
o canto de amor à vida,
pois é lá que eu encontro
razões para sonhar!

Sou Poeta!

Fechas a janela e a porta
para não teres o risco
de me ver chegar,
mas teu corpo insone
rabisca nos teus lençóis
a falta do meu abraço!

Sei que te faço falta
como a mim fazes também,
mas não sou nessa hora
quem traio meu coração!

A solidão que me assola
é branda e me consola,
sou poeta das mazelas
que a saudade me deixou!

06 novembro, 2006

Extremos!

Não ligo
se meu jeito de amar
é antigo!

Não sigo
o mesmo caminho
dos que ficam
sem carinho!

Sou intensa,
quando a paixão
tropeça na emoção
que se aloja
no lado esquerdo
do meu coração!

Sou densa,
quando percebo
que não bebo,
mas me embriago
no perfume
da tua pele,
no sabor do teu beijo
e me delicio
com teu cio,
que me tira do sério
e desvenda meus mistérios!

Contigo faço uma dupla,
que se completa
no brilho amoroso
do nosso olhar!

Sou romântica na essência
da minha alma, apaixonada
pelo amor que a vida
não perverteu!

Sou o teu amor
que a vida separou!

05 novembro, 2006

O Tempo!

O que é o Tempo senão um grande e mágico caleidoscópio, um horizonte infinito nas suas imagens coloridas e que nosso olhar não alcança, que nossa emoção se debate que nosso coração se emociona e nosso corpo não acompanha!
O que é o tempo senão um Patch Work de lembranças que nossa memória armazena e o desgaste da vida não conseguem registrar, sequer as suas cores!
O que é o Tempo, senão aliado do Universo a nos mostrar todo dia que o Sol é a energia mãe de todos os calores e através dele toda vida da terra se ilumina e se rejuvenesce a cada Por do Sol!
O que é o Tempo, senão um divisor de águas onde o novo e o velho se entrelaçam como a nos querer dizer que um não consegue viver sem o outro e que na experiência de um e na vida do outro, a vida e o amor se fazem presente todo dia a nossa volta, basta que tenhamos a sensibilidade de perceber que a felicidade pode ser alcançada com uma mudança de olhar a nos mostrar que o Tempo urge e que precisamos observar com mais atenção os novos significados, os novos gritos que nós seres humanos estamos a soltar pelos poros, pelos cheiros, pela voz, pelo corpo!
O Tempo não para e eu preciso ser feliz!
Essa busca de felicidade que o homem procura é o maior entrave para percepção que o Tempo é escola que temos que freqüentar com sabedoria e alma, paixão e zelo, coração e êxtase e apreender que nele está o registro da nossa maior conquista.
A vida!
Fragmentos (2)
Sobre Paixão!

Comentar a paixão é vasculhar todas as gavetas do nosso coração e tentar achar onde deixamos a vontade da gente se proteger!
Quando nosso olhar se faz cego de paixão e numa forma encantada se faz perdido de amor, estamos deixando nesse instante a vida sangrar nosso sangue e nos extenuar no desejo de viver esse momento!
É tanta vida querendo se perpetuar num abraço, num beijo que todos os sentidos se confundem na vontade insana de se querer o que outro quer que a gente seja e que sem poder, deixamos acontecer!
E nessa subserviência que a paixão nos deixa, acabamos sendo algozes da nossa própria vontade de morrer de qualquer jeito!
Morremos a cada suspiro sentido, a cada olhar desviado, a cada fechar de olhos, como se fosse possível conservar um sonho como imagem eterna para se adorar!
E nessa vontade de perpetuar esse amor, acabamos ficando com um desejo de amor inacabado a nos dar alimento e munição, para ele ser inesquecível!

04 novembro, 2006

Fragmentos (1)
Sobre Paixão!

Minha paixão simboliza um modo de viver!
Adoro estar apaixonada e fazer todos os poemas de amor para quem está sendo a minha paixão! Viver, amar, sofrer e idealizar a Paixão, é como ter ao mesmo tempo a vida e a morte, o sonho e a realidade, a razão e a emoção de modo cambaleante, onde cada vez que se cai, com mais força levantamos e amamos, e sofremos, e caímos novamente!
Meu eu Teu se confundem numa coisa só e quando nos damos contas, nosso amor partiu, nossa paixão sumiu e ficamos cantando uma ode de amor e paixão, a vida inteira por alguém que não nos percebeu!
Quando eu sou entregue, meu corpo treme de amor e de energia! Me ilumina e faz luz em meu olhar, deixando meu coração em festa, minha alma em êxtase e meu corpo em brasa, mas também quando amo assim, meu amor se perde de mim, pois ele só existe no meu coração, na minha alma, na minha cabeça e na minha emoção!
A Paixão só sobrevive no coração e na emoção do poeta!
Por essa razão escrevo!

03 novembro, 2006

Os Amantes!

Conheço esse dengo de manha,
desse olhar que se assanha
quando pelas manhãs
eu te abraço e beijo tua orelha!

Gosto desse jeito sem vergonha
que ficas quando esperas
que eu traga sucos e maçãs,
pães, leite e torradas, para
aplacar a fome que ficamos
depois do amor já feito!

É sempre assim o nosso amanhecer
que atiça e enfeitiça nossas manhãs,
sempre que ficas em minha casa,
quando consegues fugir do tédio
de um casamento, onde o ócio
é o melhor e maior atributo!

Vivo a vida dos amantes
que se procuram e se acham,
que se regalam e se engalanam,
sempre que o tempo marca
a saudade em nossa pele!

Um Pedido!

Se amanhã já tiver morrido,
quero minhas cinzas ao vento,
na subida da serra,
dessa terra que amei
desde o dia que nasci!

Ao pé do morro, dessa cidade de fé,
quero que minha alma fique ao léu,
livre e solta das paixões
que amei em minha vida!

Se amanhã já tiver partido,
deixo todos os versos
e a senha do meu blog,
para que o meu amor
leia os meus poemas,
que fui deixando a cada silaba
que contava a nossa estória!

Se amanhã não me encontrares,
chores apenas de saudade,
nunca que não foi amada,
pois meus versos estão
aí para contar essa verdade!

Se ficares triste, não chore,
reúna os amigos e dance
todas as músicas que fazem
lembrar da felicidade,
que um dia, juntas vivemos!

Se mesmo assim não passar,
chegue mais perto e grite do alto
da tua janela; talvez eu escute
e mande uma brisa perfumada,
para acariciar os teus cabelos!
Caminhos!

Sei dos teus medos,
dos teus segredos,
dos teus fantasmas!

Sei tudo o que se passa
nessa cabecinha mimosa,
que se ata e se confunde
com a própria dor do amor!

Sei do brilho do teu olhar,
da saudade que maltrata
o sono que te alimenta
e dos sonhos sem cor
que a tua consciência
não deixa lembrar!

Sei das tuas alegrias
e do que pode fazer bem,
quando a lua cheia
moldura tua janela!

Conheço os teus caminhos,
pois foi neles que eu me perdi!
Jantar dos Deuses!

Conheço esse teu olhar dengoso
quando se esgueira e me espreita
pelos cantos e com a malícia
dos famintos me agarra
e devora meu corpo por inteiro!

Conheço todos os teus vícios,
todos os indícios da tua fome,
da tua sedução que te consome
quando não te dou trela!

Gosto de te provocar
e de ser a estrela
quando chegas com sede,
pronto para me engolir!

Sou então nessa hora
o teu manjar, o teu pitéu,
o céu da tua boca
que me engole
e me deixa louca
como nunca
fui em minha vida!

Sou também o gole
do teu champanhe,
que gelado se derrama
em nossa cama!

Sou teu prato favorito!
Vivências!

Essa dor que eu carrego,
são marcas das batalhas,
das vitórias e das derrotas
que meu coração enfrentou!

Cicatrizes que eu não nego
por amores arredios,
por paixões marginais
e afetos emocionais,
que meu coração encontrou
e minha emoção abraçou!

Estou serena e não carrego
nenhum tipo de rancor
pelas dores que sofri!

Vivi os amores
com a intensidade
das dores de um parto,
com a serenidade
de uma criança dormindo
na sua inocência
e com a emoção dos afogados!

Vivi a incoerência das paixões
e delas não me arrependo,
pois hoje tenho as estórias
que carrego na memória
e que dão suporte
para a minha solidão!

Tenho o brilho de ter vivido
com coragem a minha libido,
o resto é pura fantasia!

02 novembro, 2006

Orgasmos!

Grita,
Chia,
Xinga,
Explode,
Esperneia,
Pia,
Murmura,
Me beija!

Doce,
Meiga,
Carente,
Gozo,
Me estico,
Relaxo,
Adormeço,
Te amo!

Grita eu ouço!
Chia eu deixo!
Xinga eu gosto!
Explode eu esquento!
Esperneia eu tremo!
Pia eu sorrio!
Murmura eu balbucio!
Me beija!

Doce me transformo.
Meiga eu arranho.
Carente eu domino.
Gozo eu te beijo.
Me estico eu cavalgo.
Relaxo eu desando.
Adormeço eu descanso.
Te amo!
Presságio!

Passe o tempo que tivermos de viver
sempre haverá em nós um sinal
que ali o amor anoiteceu, iluminado,
com estrelas faiscantes sinalizando
todos os contornos dos nossos corpos!

Foram tantas as entregas,
tantos os atalhos,
que nem sabemos
o que nos encantou,
se o encaixe do amor perfeito,
ou o prazer do amor já feito!

Fetiches de amores descobertos
num simples olhar malicioso,
faziam de nós amantes famintos
de afetos, beijos e mistérios!

Tudo era permitido,
até saborear tua geografia,
era uma delícia!

Junto fizemos um tempo,
que hoje nos acompanha
quando a verdade estampa
na nossa face, a saudade!

Ainda tiramos a limpo
essa estória interrompida,
que de tão límpida, ainda brilha!

Bússola!

Nada vejo de estranho,
ter ficado no teu ninho,
feito ave que se aninha
no calor do teu abraço!

Não foi somente minha
a vontade de ficar
exposta ao teu desejo,
pois teu corpo faminto,
pronto para ser tocado,
estava ali, entregue
ao toque das minhas mãos!

Mãos que se guiaram
por contornos conhecidos,
num mapa emocional
que nunca conseguiram
ser esquecidos!

Nossos copos foram
bússolas a nos mostrar,
onde o prazer residia!

Norte e Sul se confundiam
na busca da nossa geografia,
só o olhar é que dizia
onde ficava o nosso Pôr do Sol!

01 novembro, 2006

Espelho Quebrado!

Quem sou eu quando amo,
senão pura paixão, das “braba”,
feito cachaça com limão!

Daquelas que seduz
e que me induz
a escrever um bê a bá
de amor todos os dias!

Quem sou eu quando te chamo,
senão alguém perdida de emoção,
buscando em cada linha
encontrar o meu rastro,
perdido, quando entreguei
minha alma e meu amor
para quem, eu nunca reneguei!

Quem eu sou quando me entrego,
senão meu próprio ego
refletido no espelho
onde não me vejo mais!

Quem sou agora, jamais,
para alguém revelarei!