31 março, 2008


Catarse!

Deixar no fundo do poço
minhas dores e fantasmas,
foi a catarse mais triste
que um dia pensei fazer!

Só, relegada ao limbo,
sofri as dores do cão,
amassando com os pés
o lodo feito do barro!

Penei as penas da terra,
cavei sulcos na alma,
mas sei que nunca
deixei, foi morrer a fé
na minha saudade!

Foi ela a força motriz,
catalisada em mim,
que fez eu dar a volta
na minha própria dor,
e botar mais uma vez,
meu coração a prova!

Tô na área, tô na luta,
tô na vida outra vez!

Survivor!

Chegar ao fundo do poço
na busca da última gota
e tentar a toda prova,
sobreviver nesse esforço,
é dar a volta por cima
resgatando uma a uma
cada lágrima chorada!

Sobreviver ainda que toda
chamuscada pela dor,
é tudo que posso fazer
nesse novo recomeço!

Que venha outra paixão
e me arrebate de amor!

19 março, 2008


À La Carte!

Ando calada,
agoniada,
em completo abandono...

Vivo a síndrome
da insônia,
pura carência
de paixão!

Sinto que já não ando
afim das minhas próprias palavras...

Emudeço de propósito,
saio da roda,
desapareço,
e mesmo assim
não me faço
dona de mim,
e nem do meu nariz!

Sou o teu prato servido
no teu dia a dia,
feijão com arroz!

Muda o cardápio,
esquece o teu cio,
altera
a receita
e publica de uma só vez:

"Fechado
para balanço
e em breve,
outra
administração!"

Talvez eu consiga
assim,
me livrar
do teu tempero!

15 março, 2008

O Cão!

Pensei, pensei e resolvi divagar um pouco sobre as coisas estranha que acontecem com a gente numa cidade grande como é Santa Maria.
Como explicar o que aconteceu às 17hs e 45min do dia 26 de fevereiro de 2008, quando saindo do trabalho, subia com a minha moto a Rua dos Andradas no sentido Carrefour.
Parei na sinaleira e quando abriu o sinal, dobrei para direita e bem em frente da primeira entrada desse gigante comercial, saiu da calçada diversos cães que ali se encontravam e um grande em especial, talvez o líder dos demais, avançou sobre a moto e para minha surpresa e dor, cravou os seus dentes sobre a base do meu tornozelo, causando-me uma dor aguda e ardida e ao mesmo tempo quente, muito quente.
Ainda bem que tive presença de espírito para acelerar e sair dali o mais rápido possível, pois com certeza se tivesse titubeado, teria caído da moto e sofreria outras mordidas, pois os outros cães teriam seguido o seu líder!
Chocada com o inusitado, olhei para o lado e vi o meu pé direito ser aquecido pelo sangue que jorrava tão escarlate, como é o meu coração colorado!
Resultado dessa mazela é que tive que tomar uma injeção antitetânica, depois mais um reforço e cinco vacinas anti rábica, que ainda estou tomando, com carteirinha de vacinação e tudo, tipo essas de bebê que tem data certa para fazer.
O que faz a gente ter que passar por isso?
Falha do Sistema de Vigilância Sanitária que deixa que centenas de animais doentes e famintos perambulem pelo centro da cidade?
Cuidados extremos com esses animais por parte de algumas pessoas que na sua bondade colocam água e ração na porta dos seus estabelecimentos comerciais para que eles não morram de fome, mantendo-os assim alimentados, mas sem avaliar a presença e o perigo constante desses animais no centro da cidade, que sem controle das zoonoses pertinentes, são uma ameaça diária para quem se desloca pelo centro dessa cidade a pé já que nem de moto conseguimos escapar!
Apesar da dor e do desconforto sofrido e das gozações dos amigos que me diziam que eu estava salva, pois tinha procurado assistência médica e o pobre cão, será que tinha morrido......eheheheheh, eu compreendi que isso daqui para frente, vai fazer parte da minha estória e do meu folclore particular!

02 março, 2008


Camiseta!

Tenho muitas,
todas oficiais,
compradas ao longo
das derrotas e vitórias.

Brancas e vermelhas
com vários patrocínios,
mas só uma me comove
pelo modo como ganhei!

De todas elas,
essa tem o calor
do teu corpo
colado no meu.

Essa é minha pele,
meu manto sagrado
que levarei comigo
feito mortalha,
no dia em que me for!

Será como um abraço
final e derradeiro,
como aquele que trocamos!


Telefone!

Por favor, não liga,
desista de mim, desliga!

Faz tua caminhada e se liga
que já não estou a fim
de ficar ausente de mim!

Custou-me sair do teu lado
depois de tempo te amando...

Deixa-me ficar quieta
no meu canto, discreta,
assim não crio encrenca
nessa tua vida presente!

Quero daqui para frente
cuidar um pouco de mim,
ser mais eu novamente,
amar e viver outra vez!

Larga de mim sem rancor,
como faço com você,
pois teu jeito e modo de amar,
eu guardo na minha lembrança!

Ficamos assim e ao nosso modo,
curtindo de nós uma boa saudade,
só não liga,
por favor!

01 março, 2008

Diferenças!

Você quis assim
e com certeza padeço,
agruras e dores,
de todas as formas!

Sofro em palavras,
rimas, versos e letras,
percorro as estrelas
e em silêncio me perco!

Você em pose de leão,
alisa, lambe e arranha,
morde, trai e se trai,
enquanto outros suspiram
ajoelhados aos seus pés
com lindas “flores” na cabeça!