31 janeiro, 2008

IcE LoVe!

Quanta diferença
faz o tempo,
em torno das nossas vidas...

É o cabelo que clareia
raios de luz
que o corpo
a muito já perdeu...

É um olhar sossegado,
que outrora
faminto de desejos,
sabia descobrir a nossa fantasia...

Quanta diferença
o tempo nos mostra
em plena luz do dia...

Hoje já não somos mais,
nosso corpo vagueia
em outra freqüência,
buscando em meio
a nossa geografia,
encontrar outra alegria,
que atice e esquente
esse ice love que vivemos!

Um amor na contramão,
meio a meio,
meio amante,
meio irmão,
temperando com afeto
um cio
de pura saudade!

26 janeiro, 2008


Indícios!

Quando dei por conta,
já tinha atravessado a rua,
claro indício que tuas luas
ainda clareiam meus pesadelos!

Eu do outro lado desnuda,
com o coração aos pulos,
de soslaio te olhava,
ainda com tanto amor!

Estranho, pois enquanto
eu mudo o percurso
do meu caminho e curto
a vida ao relento,
tu mudas o curso
da tua vida e morre!

Cabeça baixa, corpo curvado,
claro indício que a vida pesa,
cede e passa!

Cadê o teu sorriso
e
o olhar apaixonado?

21 janeiro, 2008

Descoberta!!

Muito estranha à sensação vivida por mim, quando da partida de futebol realizada entre os dois Internacionais aqui em Santa Maria, no domingo, dia 20 de Janeiro de 2008.
Desde muito aprendi a torcer, amar e a sofrer pelo Internacional de Porto Alegre, desde os idos tempos dos Eucaliptos!
Mais tarde acompanhei de longe a construção do Gigante da Beira Rio, onde inclusive na campanha para a sua construção, colaborei para “doe um saco de cimento”.
Quando da sua inauguração, passei toda uma semana em Porto Alegre, para poder assistir a todos os jogos programados para esse evento grandioso, que nunca mais saiu da minha memória.
Que emoção estar e fazer parte daquela alvorada festiva!
Depois disso foram inúmeras viagens para assistir a grandes jogos e a inesquecíveis vitórias, que encheu de júbilo o meu coração incendiado de paixão pelo meu Colorado!
Comprei e ganhei sempre as camisetas oficiais e com o maior orgulho, as uso até mesmo quando as vitórias, não nos sorriem!
Mas ontem, foi irônica para não falar trágica a minha presença na Baixada Melancólica, onde até consegui vibrar com os quatro gols que saíram durante esse grande jogo, mas que ao final não me deixaram com a sensação de alegria, de vitória, de poder, de uma grande satisfação, que fico sempre, quando o Internacional de Porto Alegre ganha ou de tristeza, se perde!
Ontem saí do estádio com a nítida impressão que realmente sou muito mais colorada e que meu afeto esportivo fica preso com o INTER da Beira-Rio, do que junto do INTER da “Baixada Melancólica”.
Amo minha cidade, mas não posso mentir que ontem descobri que o meu coração é mais vermelho do que eu podia imaginar e que bairrista sou apenas na política, onde o meu voto sempre é para quem é daqui, declarado e militantemente ovacionado!
Minha alma, minha emoção e o meu espírito ficaram sofridos com esse empate, não mais dolorido por que sempre o vermelho é e será a minha cor favorita!
Parabéns Coloradinho por esse novo recomeço!
Não sofra, pois assim como estive contigo, junto ao Pelotas e de triste lembrança a SER São Gabriel, vou estar daqui por diante vibrando com as tuas vitórias, mas pedindo sempre licença para o meu coração, para gritar em uníssono Vamô, Vamô, Vamô, Vamô INTER!!!!

Que domingo revelador!

Foto Claudio Vaz
http://www.clicrbs.com.br
galeria_de_fotos


18 janeiro, 2008

Quatro Operações

Se o teu amor
divide,
multiplica
e se complica
nas mil faces
que apresenta,
o meu subtrai,
se cala,
se apaga,
se esvai
no teu amor,
que não soma!

16 janeiro, 2008


Lição!

Nada na vida é em vão
e nem sempre na contramão
do caminho, ficamos
de cara com o poste!

Nada é em vão nessa vida,
pois mesmo na contramão
e no avesso do teu carinho,
deixamos de plantar a semente
da vida, sonho e paixão!

Nada desfaz nossa estória,
pois mesmo na contramão
do amor, somos pura traição
a marcar num só compasso,
as batidas do nosso coração!

Hoje somos dois amantes
infiéis na sua fidelidade!

Olha só a lição
que eu aprendi!

11 janeiro, 2008


Ana!

Quando se deleta emoções e amigos, muitos conseguem seguir suas jornadas sem nenhuma saudade, outros não o conseguem...
Eu faço parte dessa confraria que se abate e sofre pela perda viva dos seus amigos...
Antes tivessem eles morrido de overdose, pois assim os traria no meu coração, aconchegados!
Sobre isso postei no meu Blog, dia 06 de janeiro de 2008, um poema onde falava um pouco sobre isso, como um amigo se sente, quando injustamente o deixaram silenciado!

...mas esta dor de amigo,
quem consola!


Quem escuta essa dor que carrego,
que me esvazia por dentro,
que me queima as entranhas
e acaba comigo?

Quem consola essa dor
se os meus amigos
se
foram,
mas
não
morreram de overdose!

Um abraço!

Taça
&
Sobremesa!

Não existe segredo para felicidade,
que sem nenhum medo ou temor,
reflito nesse meu olhar amoroso!

Um olhar que se alimenta do desejo
refletido no teu sorriso,
no teu olhar,
toda vez que você me pega de soslaio,
dando mostra, que ainda queima
a fome e a vontade do teu cio,
de ser taça e sobremesa,
saboreada, gota a gota, numa
noite de amores proibidos!

Fico como criança
toda lambuzada
com a tua alegria,
doçura e prazer,
puro jubilo desse amor
que nos encanta
e atormenta,
mas que delícia!

06 janeiro, 2008

Uma dor de amigo!

Uma dor de amor tem consolo,
tem ombro e não se chora solo,
uma dor de amor tem amigos!

Uma dor de amor tem carinho,
tem afago e se preciso,
um bom puxão de orelha,
pois numa dor de amor tem amigos!

Numa dor de amor nunca
choramos sozinho, sempre fica
um amigo que se identifica,
e abraçado nos leva em frente,
mesmo que às vezes,
esteja chorando junto!

Uma dor de amor se consola
no afeto e até mesmo no silencio,
pois o que vale é a presença
e a certeza de um amigo!

Uma dor de amor tem consolo,
mas esta dor de amigo,
quem consola!

Quem escuta essa dor que carrego,
que me esvazia por dentro,
que me queima as entranhas
e acaba comigo?

Quem consola essa dor
se os meus amigos
se
foram,
mas
não
morreram de overdose!

02 janeiro, 2008


171

“AMOR: humor”
Oswald de Andrade

171 é um artigo do código penal, sobre estelionato, mas que se transformou em gíria para designar alguém malandro, sempre tentando dar um golpe, vendendo o que não possui, entregando documentos falsos em lugar dos verdadeiros, enganando, mentindo, levando prejuízos dessa espécie a quem lhe aparecer pela frente.
171 é aquele político que não tem nada a perder em uma eleição e promete até trazer as próximas olimpíadas para a cidade, motel de graça para todos, acabar com os impostos, arranjar até namorado (a) para quem não tem. É aquele tipo de político que sempre coloca o verbo na primeira pessoa, repetindo o bordão do fez e vai fazer mais. Que sempre tem um Álibi contra quem o denuncia como desonesto e corrupto. Por sorte, não temos deles por aqui!
171 é aquele sujeito que tira “um sarro” em todo mundo e muita gente ainda acredita em suas palavras como se fossem sérias e verdadeiras.
O 171 sabe que não adianta levar a vida tão a sério, afinal, dela ninguém sairá vivo, como já disse o compositor Belchior.
O 171, por fim, garante-nos a diversão e o entretenimento, com sua “lábia”.
O 171 é o palhaço da ocasião, aquele que nos obriga à risada constrangida. É o enganado que aprendeu com o enganador o exercício da sobrevivência. É o anti-herói por excelência. É o nosso Macunaíma. É o que há de mais profundamente verdadeiro em cada um. Em cada um de nós, brasileiros.
Transformar esse método em piada é a única chance de não se deixar contaminar por algo que poderia nos tirar o humor.
Devolver aos 171 – sob forma de chiste, blague, blefe – a mentira que, de tanto repeti-la, ele próprio acaba acreditando, é a melhor arma. Responder-lhe com argumentos sérios ou indignados seria como que validar sua posição. Seria dar corpo a um engano.
No fundo, no fundo, é isso que se espera, também, da arte. Da verdadeira Arte. A arte como engano, como “vontade de ilusão” , como já disse o filósofo. E nada melhor para aceitar o engano do que o humor.
Marcel Duchamp foi, talvez, o primeiro artista a se dar conta desses “jogos de enganos”, ao deslocar do objeto para a idéia, a “aura” que até então cobria a arte. Ao eleger um banquinho com uma roda de bicicleta como peça de arte, todo o entendimento que se tinha, até então, de arte como “ciência do belo”, caiu por água abaixo.
Ao retirar um objeto industrial de sua função e colocá-lo dentro de um museu de arte, chamou à responsabilidade os artistas para o mundo em que estão inseridos. Não dava mais para o artista ficar de costas para a realidade, mudando cores para lá e para cá. Era preciso mais.
Era preciso se posicionar. Arte passava a ser sinônimo de atitude. Aos que lhe perguntavam se sua atitude era uma ironia, respondia que não, que sua atitude tinha era “humor”. O que podia ser uma ironia, mas não deixava, de qualquer modo, de ser, também, humor.
Humor é uma estratégia dos quais muitos artistas e movimentos têm lançado mão, desde então. O movimento “Força Jovem” é um deles. Inspirado em slogans de campanhas eleitorais e na eterna relação entre a juventude e o novo (símbolo antigo do modernismo), brinca com símbolos e mitos revolucionários, vendendo carteirinhas de anarquista, atestado de herói, passe de líder, etc e utiliza-se da mais deslavada cara de pau para anunciar a redenção pelo futuro, com frases vazias, mas cheias de efeitos.
Seu assumido cinismo o torna politicamente incorreto, e, ao mesmo tempo, crítico feroz da cooptação de quem usa a ingenuidade alheia para dela tirar partido.
O Stressionismo é outro movimento – movimento, não, surto! – cuja poética “está fundamentada na falta de poética”, segundo seu criador Wilson Inácio (www.stressionismo.hpg.ig.com.br) . O manifesto Stressionista prega que “todo artista é um crítico, mas nem todo crítico é um artista”.
O vídeo que apresenta trabalhos stressionistas começa com a gravação de uma fita cassete, parada, enquanto uma voz feminina diz coisas como: “o stressionismo quer defender a culinária enquanto arte. Comer é privilégio de poucos. A Arte, também”.
Outro “movimento surgido recentemente é o “Miguelismo”. Miguelismo, vem de “Migué”. Dar uma de “Migué”. De “João-sem-braço”. De conversar, tentando convencer. Ou de fingir que não é consigo a questão.
Seu “fundador”, João Fábio, inventou até uma exposição relâmpago de suas pinturas, cujo evento recebeu o sugestivo nome de C.I.P.Á. (Circuito Independente Paralelo de Artes), mostrando que até na falta do que dizer, “si pá, joga um migué que cola”.
Essa a lei do 171. Pode parecer ridículo, e o é, mas é incomparavelmente mais corrosivo e inteligente do que querer se passar por sério, fingindo-se estar acima do sarro e da gozação.

Texto
Rubens Pileggi Sá
http://www.canalcontemporaneo.art.br/arteemcirculacao

Números!

Nesse ano de dois mil e oito
não quero oito nem oitenta,
nem seis por meia dúzia,
quero o meio a meio
que completa o meu inteiro!

Chega das metades,
faces e facetas das mil caras
que fizeram em pedaços,
minha alma em frangalhos!

Chega das saudades,
das emoções divididas
que fecharam um a um,
todos os sonhos acalentados!

Chega de ser anteparo,
para raio e esparadrapo
para as tuas traições!

Dou um basta,
bato o pé,
vou em frente,
viro a página
e escrevo
tHe End!

Dou o troco,
tiro vantagens,
&
viro
171!

01 janeiro, 2008


Ceia!

Pão dormido
ou será amanhecido,
presunto e queijo,
tomate, maionese e rúcula
com um bom copo
de coca gelada,
foi a ceia solitária
que escolhi para mim!

Não quis companhia
na virada desse ano...

Optei pela solidão
para poder chorar
meus amigos mortos
qu’eu não enterrei,
mas que morreram
todos, no silêncio
e na dor do meu coração!

Fogos de artifícios,
para que, saudar o quê,
se a ilusão é fictícia
e o glamour é virtual...

Real mesmo é a escrita
que deixa registrado,
que a dor é verdadeira
e a saudade, pura melancolia!

De bom fica o controle remoto
e o ar condicionado,
bons amigos dessa hora,
de pura realidade!

Ufah!
2008

# * qUe * #

ApEnAs
S
e
j
A
diFeReNtE