30 maio, 2006


A Chegada!

A paixão quando chega
bate palma, bate guizo,
destoando todo o silencio
até então experimentado!

Tudo fica sem juízo
claro e tão confuso,
misto quente que atordoa
o coração de amor e mágoa!

A paixão quando se achega
para um coração solitário
deixa tudo solidário,
até nossos medos se vão
na força que ela encerra!

Que a paixão seja o tônico,
energia que alimenta
o sonho e a fantasia!

Sê bem vinda minha nega,
Pois te espero assanhada!

29 maio, 2006

Eterno!

Tive um amor de mimos e carinho,
com uma aura de paz e delicadeza,
que iluminava o meu caminho
e era também só atenção
para com todos meus amigos!
Seu andar tinha a leveza
delicada das borboletas,
o brilho colorido dos beija flores,
a doçura do mel e o ferrão
dolorido das abelhas africanas!
Era tão surpreendente sua emoção
que deixava toda certeza
fracionada em varias metades,
que eu unia, unia e reunia
em gestos de um amor eterno!
Meu amor era assim, pacífico
nos seus fundamentos,
intenso na entrega diária
que fazia nossa alegria!
Fui feliz o tempo todo
nesse amor que acontecia
cada vez melhor em nossas vidas!
Nada tenho a reclamar
se num tempo tropeçamos,
separando nossas vidas,
sem nunca termos dividido
esse amor que nos marcou!
Cada um ao seu modo
foi em frente, buscando
um outro futuro, sabendo
que a existência dele
jamais apagaria a vida
que tivemos,
que vivemos
e que nos fez feliz!
Que bom que fomos assim!


Certezas!

O que são
lembranças,
senão imagens,
miragens,
viagem!
O que são
pesadelos,
senão fantasmas,
pavor,
medos,
terror!
O que são
enganos,
senão erros,
engodos,
equívocos!
O que são
escolhas,
senão atitudes,
que são assumidas
certas ou erradas,
vividas!
O que sou
afinal,
senão um redemoinho,
que se agita,
que se agita
e que aflita
percebe, que a vida
se escoa,
se escoa
é o tempo que voa!
É a morte chegando!


22 maio, 2006

Um Bilhete!

Nana!
Foi bom teres me abraçado de novo,
sem rancores, típico de quem ama,
sem reservas, porque as mágoas se vão,
quando o coração sente!
Que bom que te amo,
que bom que me amas!
Felizes nós que conseguimos sentir amor!
Te amo pela capacidade de me perceberes,
quando eu mesmo me desconheço
e anulo sem querer o que tenho de melhor
na vida que é o meu amor por ti!
Santa Maria, 19/02/2001.

Ontem ao reorganizar algumas coisas que precisava por em ordem, achei numa das divisões de uma carteira de documentos, uma folha de papel escrita à tinta onde alguém muito especial na minha vida escreveu, essas palavras a cima.
Ao pegar aquele pedaço de papel tão bem dobrado e que por tanto tempo foi guardado, pensei na emoção que tive ao tê-lo nas minhas mãos, por dois momentos em minha vida.
Primeiro quando percebi debaixo do pires numa mesa arrumada alguns anos atrás onde depois de um contratempo, deixei passar ao largo tuas crises e por te amar profundamente, novamente te acolhi em minha vida com a emoção renovada como sempre foram os meus abraços, sempre dispostos a te acolher e te aninhar com amor no meu carinho.
Essa vontade de estar contigo, de ficar acolhida e de um modo tão particular, tão nosso de sermos felizes, sempre foram os grandes motivadores para a nossa relação.
Sei que fomos muito felizes e que nos amamos da melhor forma que podíamos e que entre nós nunca houve falta de amor ou de carinho, de afeto e de amizade, de paixão e de tesão.
Sempre tivemos a confiança e a certeza que esse amor perduraria até a última gota de sangue de nossas vidas e por termos vivido assim dessa forma, cometi loucuras por um amor bendito que eu não me arrependo de ter feito, pois acima de tudo estava o teu bem estar e a tua felicidade, porque isso era o que eu queria também!
Nos amamos assim, como só acontece uma vez na vida da gente.
Um amor melhor que todos, que nos acrescentava e que nos motivava e por acreditar piamente nesse amor, nunca avaliei certas atitudes tomadas por mim e que iriam mudar o curso da minha vida pessoal e profissional.
Confiava tão cegamente no amor que sentíamos que ficar a mercê de nós mesmos até o fim das nossas vidas, era sereno, tranqüilo e tão pacífico!
Tu eras o meu oásis, eu um pouco da tua fortaleza!
Ambos, oásis e fortaleza acabaram sendo soterrados pelo ranço de uma família que não sendo a minha, muito nos fizeram sofrer.
Chamuscados ficaram nossos corpos e nossa emoção.
Sobrevivemos, mas a quê preço!
Esse segundo momento, que a vida me deu para viver, é talvez a confirmação e o resgate que tudo que vivemos não foi em vão, pois seremos sempre tudo aquilo que um dia fomos:
Um amor melhor das nossas vidas!
Reencontrar esse bilhete depois de tanto tempo, com tantas voltas que acabamos dando, é surpreendente e emocionante, pois percebo que a vida só confirmou tudo aquilo que um dia por muitos anos vivemos!
Um grande amor!
Teu coração deixou um espaço para mim, mesmo que teu corpo não seja mais desbravado pelas minhas mãos, pela minha pele, pelo meu corpo, pela minha boca!
Meu coração deixou outro espaço para ti onde tuas lembranças sobrevivem acarinhadas pelo meu amor que só não permaneceu ao teu lado por questões bem pontuais e que tanto mal nos fizeram e que de algum modo eu precisei me afastar, por não querer ver esse amor se apagar de vez das nossas vidas!
Hoje eu compreendo muito mais que ontem, que ao me afastar, eternizamos o amor que tão intensamente vivemos!
Temos certeza que tudo que aconteceu, nunca foi por falta de amor e se a separação aconteceu, essa também não acabou com certeza, que podem vir chuvas e trovoadas, raios e vendáveis de paixões, que ele permanecerá intacto para todo o sempre!
Sofremos tanto em momentos tão diferentes e mesmo assim nunca duvidamos que nossa separação aconteceu por falta de amor, de confiança ou porque não fossemos providos da vontade de ficarmos eternos nesse amor!
Foi muito bom nos reencontrarmos nesse bilhete, nessa emoção que um pedaço de papel trouxe como verdade para nossas vidas!
Nós sabemos que somos mais que um simples pedaço de papel!
Somos a vida que não nos deixamos viver!
Essa é a nossa verdade!

19 maio, 2006

Devaneios!
Era apenas para ser um poema ilustrativo de um conjunto de palavras confidenciadas por ondas eletrônicas, numa super tecnologia que faz com estejamos com muitas pessoas ao mesmo tempo e que nos permitem falar, escrever e olhar o outro, através de uma janela, na tela de um computador.
Era para ser tão somente isso!
Um postal escrito de uma atração que surgiu aos pouco e que de repente acabou se tornando possível, porque um homem e uma mulher decididos a viver um olhar, um abraço, uma fantasia, começaram a se permitir dividir uma cumplicidade de corpos, expectativas e segredos.
Era para ser assim!
Mas uma brincadeira com as palavras, num exercício de vogais e consoantes, acabaram por se agrupar por osmose e numa explosão em cadeia, pele, voz, olhos e sorrisos sucumbiram aos apelos do desejo que sem nenhuma vergonha, soltou - se ao balanço dos corpos há tanto tempo exposto ao silêncio e ao abandono.
E assim desse modo, em constante avalanche, tudo começou acontecer!
Eu só fiz ilustrar essa emoção escondida e segredada através de versos que o desvario da minha imaginação construiu. Dei uma roupagem poética a sentimentos compartilhados e humildemente ousei formatar novas imagens!
O resto veio em seqüência tal qual peças de um quebra cabeça!
Hoje sou alguém que vislumbrou uma emoção captada no meio de tantas palavras trocadas num MSN de um dia qualquer, que se sente envaidecida quando o agente Alfa desses versos, manifesta-se registrando como MARAVILHOSO o poema que a parcela Beta codificou como sendo uma emoção para ser vivida!
A mim resta apenas a felicidade de ter podido contribuir com palavras para um jogo que já estava com as cartas marcadas!
Ninguém resiste tanto tempo num amor que não se permite viver na plenitude de todo o desejo, que do corpo emana!
É tempo para uma nova era de amor!
Que maravilha!
Adorei!

18 maio, 2006


Um!

Um Texto
Uma emoção
Um e-mail
Um coração
Um jantar
Uma amizade
Um poema
Um comentário
Um scrap
Uma novela
Um engodo
Um estrago
Uma perda
Sem patrocinador
Sai do ar um coração
Pois um não inibidor
Tirou a permissão
De blogar uma emoção!

16 maio, 2006

Engraçada é a vida!

Porque ciúmes de mim
se o que eu queria não tive!
Porque se o que tu vive
é o que eu queria
e me fazia tão afim!
Porquê?
Acho estranho e engraçado
haver sofrido o teu não estar afim
e ser agora quando não te quero mais,
motivo pra essa ciumeira toda!
Diz para ela que eu já era
e que não fico mais a espera
das migalhas que eu ganhava!
Fala que eu saí para fora
desse ranço, fui embora
sem mochila ou bagagem!
Fala que não houve bota fora,
despedidas ou acenos
na minha saída!
Diga apenas que fiquei na
geladeira esperando
que alguém viesse reconhecer
o meu coração dilacerado!
Diga que eu morri
para viver o teu amor!
E se for meu destino
caminhar feito um te atino,
pela vida, só vou parar
se descobrir num olhar
a emoção que me fará ficar!
Não porque estou só,
mas porque a minha emoção
fez-se encantada!

15 maio, 2006


Um Pouco da Minha Mãe!

Foi num sábado de manhã, depois de varias idas e vindas para o hospital e para casa, que minha mãe, uma italiana viçosa, cheia de energia e força começou a se afastar da casa que sempre foi o nosso abrigo, o nosso lar, a nossa fortaleza.
Era ali que minha família certa ou errada, cheia de qualidades e de defeitos se estruturava, sempre com o trabalho árduo e honesto do meu pai que se desdobrava para dar sustentação material e afetiva para todos os filhos. Infelizmente o perdemos bem cedo, quando ainda poderia der nos ensinado ainda mais pelo exemplo, pois era um homem pródigo de caráter e de uma sensibilidade ímpar.
Anna Rosa era o nome da minha mãe, mulher super habilidosa, de pendores múltiplos e de grande abnegação ao trabalho e uma determinação férrea de causar inveja aos mais novos. Valente e corajosa, tomava iniciativas de controle total sobre tudo e todos, auto didata em economia, pois conseguia gerir uma família de sete pessoas, não deixando faltar nada, desde comida, roupa e colégio, um tanto avessa ao lazer, pois dizia que era desperdício de dinheiro.
Também o que se esperar de uma italiana, que conviveu com a guerra, onde uma cebola era motivo para poupar, de tão escassa que era. Contava ela que meia rodela de cebola bastava para temperar o arroz e uma outra o feijão, isso quando existia para comer.
Minha mãe era uma mulher sábia com uma noção exata de economia, onde desperdiçar era uma palavra proibida. Hoje eu me dou conta que as primeiras noções de como não desperdiçar os alimentos apreendi com ela.
Ela era tão sábia que meus amigos apreenderam com ela como aproveitar as sobras e transformar em guloseimas. Das folhas da beterraba e da cenoura ela fazia omeletes maravilhosos, extremamente saborosos, numa rapidez de fazer inveja. Bastava ter um ovo e uma pitada de sal, umas gotas de óleo, cebola a gosto, salsinha, hortelã e as sobras que houvesse na geladeira que estava feito um manjar.
D’água que ela cozinhava a beterraba, fazia sucos que era disputados na mesa por todos nós ou cremes com clara batidas em neve ou com colheres de mingau de maisena. Eu particularmente adorava.
Das maçãs ela cortava em rodelas e as secava no sol, para chá, sucos ou cremes. Dos pêssegos ela picava em vários pedaços, inclusive o caroço ela utilizava e os secava ao sol por um bom tempo para fazer um doce de tamanha nobreza que eu conheço por arigonha. Como eram bons os quitutes da minha mãe!
Quibebe, mocotó, massas caseiras, geléias de marmelo, de goiabada, de laranja, de figo, doce de laranja azeda, goiabada cascão, pêssego em conserva que duravam anos em cima do armário e que só abria quando chegavam visitas ou quando a gente não mais agüentava de vontade de comer, aí quando ela saia para viajar meus irmãos e eu comíamos tudo, pois sabíamos que na sua volta iria sobrar para nós, mas seria uma única vez que apanharíamos, essa era a nossa lógica infantil, doce e maravilhoso pecado, doce de figo que eu adoro, mas que odiava ter que limpar para fazer figada, pois tínhamos de raspar um a um tardes a fio para ter uma quantidade suficiente para colocar num grande tacho de cobre, que eu ainda tenho na minha casa como enfeite e porta revistas.
Única herança que eu quis dos utensílios da minha mãe, pois para mim restava as lembranças e os exemplos que ela deixara.
Voltando naquele sábado 17 de Agosto, quase 15 anos atrás quando a levamos de volta para o hospital, lembro dela ter dito que desta vez ela estaria saindo da casa e que não voltaria mais, que esta vez seria definitivo. Querendo anima-la disse que era bobagem ela estar falando aquilo, que essa estadia no hospital seria para recuperar forças, se fortalecer e poder voltar para acariciar o neto Matheus que fazia recém 37 dias que havia nascido, fruto de uma gestação irresponsável, tida como independente pela minha irmã.
Mesmo eu articulando inúmeros argumentos para fortalecer a sua auto-estima e dar-lhe segurança, minha Mãe insistia que dessa vez ela não voltaria mais para a casa.
O que dizer para essa mulher que sempre antecipava os acontecimentos com uma sabedoria e certeza de uma bruxa milenar. Minha Mãe tinha poderes extra-sensoriais de fazer dupla com Chico Xavier. Ela era mística por natureza e acertava quase sempre quem estava para chegar em nossa casa. Achávamos graça desses pendores e nunca levamos muito a sério, mas respeitávamos a maneira dela encarar essas visões.
Minha mãe naquele sábado saiu da nossa casa e não mais voltou. Faleceu na terça feira seguinte, tão silenciosamente que meus irmãos que estava no quarto não perceberam que ela se fora. Nem um gemido, nem um aí, se apagou feito um anjo, partiu!
Eu não estava lá, mas senti uma angústia tão grande na Escola que eu lecionava que eu pedi para sair mais cedo. Um aperto, uma ansiedade, uma inquietação começou a se apoderar de mim a partir das onze horas. Saí de lá e tão logo eu saia, soube mais tarde que haviam telefonado para a escola para avisar que ela havia falecido.
Quando cheguei tudo havia terminado!
Dali para frente cada um dos meus irmãos tomou o seu rumo na vida!
Minha família acabou!
O elo que nos unia se foi, partiu, acabou!
Hoje só a saudade consola a grande falta que sinto dela!

13 maio, 2006

Sinto Falta!

Coisa horrível é ser anônima
não ter identidade, ser gaiata!
Coisa triste é ser ingrata
com a nossa natureza!
Experimentei esse veneno
ao fazer num comentário
num AnAgRaMa de palavras!
Foi cruel e desumano
a sensação de abandono
que fiquei depois de posto
meu comments na internet!
Onde ficou meu apreço,
auto estima e meu carinho?
Desconheço o caminho
que fez eu percorrer
esse limbo, esse lume
nesse Blog proibido!
Foi insano, foi tirano
o feitor dessa façanha,
pois o ganho desse feito,
foi tão torpe, foi tão feio,
que nunca mais visitei
esse espaço, esse cantinho
que tanto incentivei
pra deixar de ser segredo!
Mas bem dizem os antigos
que de todo o mal se desprende
para quem consegue sentir,
lições de vida, eternas,
que só o tempo ameniza!
Sou distante depois disso
de tudo que um dia disse
na emoção e no afeto!
Confesso
que não tenho mais acesso,
que não quero ter acesso,
e que me perdi nesse processo!
Fico em paz no meu recesso
sem postar nenhum comments,
apenas
sinto falta!

Pura Ilusão!

Ando besta, boba,
aérea
a mil, nas nuvens,
etérea!
Viajo nos cosmos,
luneta,
Urano, Netuno,
planeta,
Oscilo, vacilo, eu me perco!
A margem da Via-Láctea
sou estrela,
sou cometa,
S.O.S, explosão de meteoritos,
chuvas de fogos,
brilho!
No fogo dos teus braços,
na magia dos teus beijos
eu me perco,
aconteço!
Sou raio
e para raio,
arco íris
e pôr do sol!
Sou tudo
e não sou nada!
Sou paixão,
pura emoção,
só ilusão!

11 maio, 2006

Dose Dupla!

Foi sem palavras que meu olhar
percorreu teu corpo sob o luar
de uma noite estrelada
e como um passe de mágica,
vaga lumes e pirilampos
iluminaram os verdes campos
que foram nossos lençóis!
Toda lógica da minha vida
foi feita em pedaços,
pois minha vida inteira
esperei essa aventura!
Teu sorriso acriançado,
misto de anjo e arcanjo,
sedutor nos seus propósitos
fez em plena madrugada
alforria para os teus demônios!
Foram uivos, risos e silêncios,
senha revelada da magia,
do encanto e do feitiço
que estava sendo quebrado!
Puro prazer em dose dupla!

08 maio, 2006

Seqüelas!

Em tempo de emoções maternais
onde filhos amados se desvelam
em atenções e carinhos filiais,
retribuindo afetos e amor,
em outros lugares
existem pessoas vitimadas
pelo descaso com cicatrizes
abertas, purgando puro abandono!
Filhos pequenos e grandes
vão deixando feito cão sem dono
olhares e súplicas por um abraço,
por um afago, por um colo aquecido!
Mães!
Que mistérios tem teu ventre,
que ilumina e engrandece
de amor as nossas vidas
e entre tantos amores fenece
toda a alegria, se de ti não existir
o colo para abrigar nossos medos!
Mães!
Que fizestes com teus rebentos?
Crianças que não tiveram a face
sendo beijada, são hoje adultos
amargurados. Doçura perdida
num tempo que não se refaz!
Mães!
Tomem seus filhos no colo
e no embalo do afeto
os façam chorar,
pois só tu és capaz
de mostrar que para ser feliz
é preciso ter sido,
também amado!
Para todas as Mães!

06 maio, 2006

Mãe!

Já tive tantas vitórias,
glórias de amor,
estórias!
Momentos maiores de garra,
de lutas, de guerras,
de greves!
Fui arco, fui flecha, estilingue,
bodoque!
Para raio do mundo,
bilboquê, pandorga, bumerangue,
sangue esvaindo,
mulher!
Já comi de garfo e colher,
prato fundo
ou
panela!
Fui criança, lady ou senhora,
sonho, pesadelo,
capela!
Já fui tudo, pecado, atração,
total obsessão pela vida
clandestina
que me atiça,
que me entorta e que me rege
a estar sempre buscando!
Tive força, tive a vida que me elege
a falar que sinto falta do abraço
da mulher que eu não esqueço!
Minha Mãe,
italiana, cheia de viço,
sabedoria e força,
mística na sua crença,
tão mulher na sua essência!
Sinto falta, tanta falta que me falta
compreensão para aceitar a sua falta!
Bem podia ter esperado
eu crescer, crescer,
crescer
e mesmo assim, nunca
ficar preparada para o teu abandono!
Mãe, queria poder
abraçar teu corpo,
mesmo que fosse
para amenizar tuas dores!
Não vale eu ter ficado
com essa vontade pela metade,
só essa dolorida saudade
me abate nesse dia, de verdade!
Mãe....

Em homenagem a minha Mãe Anna Rosa Castro Teixeira

02 maio, 2006

Comments!

Se eu não volto,
se eu não chego,
se eu não falo,
se eu não vejo,
se eu não escuto,
se eu não escrevo,
é por que me revolto,
por que me nego,
por que me calo,
por que não me atrevo
a seguir no anonimato.
É tão triste ficar assim!
Se não sou mais quem fui,
atenta, delicada e carinhosa,
prolixa na demonstração
dos meus afetos
é por quê minhas palavras
foram proscritas
dos teus alfarrábios,
tuas folhas escritas,
sem meus comentários!
De ti guardo apenas
as tuas confidências,
pois amiga é ser assim,
confidente e silenciosa
na essência
do poder desabafar!
Sou amiga,
eu te escuto!