28 novembro, 2005

"Eu Tenho Bina"

Quem toca meu telefone
na madrugada fria,
atrapalhando meu sono,
não desperta meu interesse,
pois mais que perder tempo,
perde também o encanto.

Minha bina identifica
um coração arrependido,
que apenas ratifica
o teu erro cometido.

Não me sinto comovida
com teu chamado noturno,
covarde e tão soturno,
pois me acho resolvida
a te tirar da minha vida.

Nada fará daqui por diante,
eu mudar minha atitude.
Vou em frente, resoluta
pra vencer essa batalha:

Ser mais eu na minha luta
pra te deixar sem apego,
sem dengo ou chamego,
apenas como sendo
alguém que passou
em minha vida!

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 23/06/2005

27 novembro, 2005

"Quando Estou Só"

Por ser tão triste,
a sensação de morte
me invade de repente.

Eu sinto raiva
dessa vida jovem
que ninguém
soube aceitar.

Uma sensação estranha
apodera-se de mim
quando estou só.

Preciso de alguém
que me impeça
de procurar
e de achar,
um fim doloroso.

Preciso sentir esperança,
essa verdade envolvente
que percorra o meu caminho
e não desapareça com o vento.

Não quero sentir a vida,
tendo ternura pra dar!
Mas sinto
quando estou só,
a mente nua,
vazia de amor,
pois minha vida,
minha força,
está na rua,
no meio da multidão.


Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 22/02/1978

"Valeu a Experiência"

A calma do nosso amor
e a ternura das crianças,
tu trocastes pelo ardor
de uma nova existência.

Era pouco o que ganhavas
para o muito que ansiavas
e como pioneiro tentastes
desbravar novos caminhos
e achar novos carinhos.

Foram varias as jornadas...

Grandes foram os insucessos
mas por fim a nova vida!

Finalmente um “grande amor”
com inteira liberdade:
sem horários pra chegar,
sem respostas para dar,
sem crianças pra educar.

Um amor sem compromisso,
sem o medo do insucesso.

Hoje tu tens o tudo desejado.
Nada te faz prisioneiro:
obrigações que te impeçam
de viveres como ansiavas.

Hoje tu vives como senhor absoluto
e como dono da tua verdade.

És forte e irredutível.
A ternura não te afeta,
a emoção não te domina,
pois isso é incompatível
com a tua formação,
com a tua criação.




Hoje tu vives faceiro
nessa vida agitada,
não parando pra pensar,
não olhando para os lados,
sem saber porquê motivo.

Caminhas apenas,
ainda é primavera....
Mas amanhã quando
o inverno e o frio,
a lágrima e o riso,
a criança e o velho
estiverem confundindo
tua mente cansada,
tu ainda serás livre?

Mas amanhã quando
as lágrimas aflorarem
nos teus olhos cansados
e teus lábios tremerem
e tuas mãos estiverem
velhas e cansadas,
trêmulas e frias,
tu ainda serás livre?
Serás ainda aquele forte,
senhor absoluto?

Esta é a nossa diferença!

Eu com a ternura
dos que amam,
tenho a ventura
de encontrar no riso das crianças,
o aconchego para a minha solidão.

Tu tendo que lutar
para não chorar:
Não demonstrar a fraqueza
que fez um fraco
parecer tão forte!

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 21/07/1979

"Os Fugitivos"

A caça aos detalhes,
pequenos fragmentos
que explicassem a
nossa solidão,
isolou-nos do mundo;
levando-nos a fugir
da nossa própria identidade.


Hoje já não somos
nem donos da verdade
quanto mais da nossa vontade,
pois por entendermos a vida
de maneira diferente,
procuramos no fumo
o verdadeiro rumo
da total alienação.


A caça e a procura
de um ideal
que antes fora
a força impulsora
da nossa procura,
hoje é triste lembrança,
mera quimera
de um coração
ainda criança.


Tornamos-no sós,
rostos mutilados,
vidas frustradas
que no amanhecer da vida,
sucumbiram sem terem vivido
o seu primeiro alvorecer.


Vemos que o homem morre
em cada sonho não sonhado,
é a vida escapando...


Resta-nos agora
apenas um consolo;
fugirmos para dentro de nós,
no desesperado encontro
com a nossa solidão.

Precisamos fugir
para escaparmos
da catástrofe
de não podermos sonhar.

O mundo ao redor
está morrendo,
mas que importa
se ainda podemos sonhar,
que a felicidade está
no simples gesto
de te acarinhar os pés.

Elenara Castro Teixeira
eelenarat@hotmail.com
Santa Maria 03/02/1978

"Manchetes"

Segunda ele grita,
a solidão acalma
a sua alma agitada.
Terça ele mata
a mulher que ama,
em frente do filho
que dorme na cama.
Quarta ele grita.
ele mata,
ele é homo,
ele é nada.
Quinta ele é sonho,
é poeta da vida
que espera encontrar.
Sexta ele vende
o carro,
a casa,
pega o dinheiro
e paga o resgate.
Sábado é o trago,
a farra,
a bala perdida,
é uma vida que acaba!
Domingo é o jogo,
o gol é roubado,
o juiz é xingado
e a mãe dele ofendida.
São manchetes da vida
dos dias modernos,
que vendem
a troco de nada,
o amor escondido,
a ternura esquecida
e a miséria social.

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 09/03/1978

26 novembro, 2005

"Restos"

Sonhei ter um amor,
só meu.
Sonhei poder amar,
só um.
Sonhei apenas,
pois nada aconteceu!

O tempo passou,
a idade chegou
e o sonho acabou.

Hoje a realidade!
Na voz um grito mudo
de um amor desesperado
e no olhar, a saudade
de um amor que se fez longe.

Hoje choro a vida perdida
na rapidez de um momento
e na insensatez de um pecado.

Hoje sinto meu corpo
ao impacto do tempo,
transformar-se em RESTOS
de um poema inacabado.

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 13/02/1978

"Quisera Não Perguntar"

Tão grande e tão pequena,
tão meiga e tão bandida,
tão doce e agressiva,
por que és assim? Indefinível!

És assim: Distante, só,
alheia e tão criança,
por que és assim? Incrível,
grande e displicente.

Por que és assim? Eufórica,
triste e tão menina.
Por que és assim? Retrátil !

Por que tento e procuro
compreender esse mistério,
se no fundo ele magoa
e confunde meu amanhã?

Por que não consigo
ficar assim; desligada,
evitando o desconsolo
de ver-te tão distante?

Por que me ligo ao outro
se não posso compreendê-lo?
Por que dou importância
às pessoas que conheço
se a toda hora padeço,
às angústias do seu pranto?

Quisera ser algum dia
alguém capaz de passar
ante o mundo e sem participar,
seguir adiante.

Quisera ao menos ir em frente,
sem parar, sem perguntar
as razões dessa distância.

Quisera um dia
ser um pouco displicente:
Não sentir, seguir em frente,
guardando-me da agonia
de entregar minha ternura,
meu amor, minha alegria.

Quisera um dia
não perguntar por quê?

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 17/12/1977

"Primeira Classe"

Hoje me confesso,
me expresso
e me despeço.
Deixo esse mundo sofrido,
cansado
e sem sentido,
procurando encontrar numa viagem,
o caminho,
a passagem
para o além,
aquém da vida,
do mundo
em qual vegeto.
Uma viagem de sonhos,
fantástica
e desvairada,
onde possa estar num segundo,
integrada,
desnuda
de preconceitos tolos,
viciados
e descabidos.
É preciso encontrar um local
que rompa a bolsa fetal,
o cordão umbilical
e que apare as diferenças,
construindo uma esperança
em cima da liberdade:
Gaivota branca
para os poetas,
ilusão trágica
para os artistas.
Hoje me confesso,
me testo
e me venço.
Apenas um gesto,
um passo
para o novo caminho.
Uma natureza viva,
um olhar esperto,
uma sensibilidade apurada,
capaz de sacar num minuto
o quê muitos olhares não viram.

Da minha primeira viagem
ao país dos sonhos loucos,
fantásticos
e desvairados,
apenas uma imagem
é que ficou:
A irrealidade dos poetas
faz um mundo
menos trágico,
menos louco
e mais humano!

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 20/12/1977

"A Morte"

Espero-te
formosa e bela,
no som da música
que acalma
meu tormento,
no livro que explica
minha crise existencial,
no grito mudo
dos meus complexos
e na procura louca
da minha paz,
que venhas me buscar.
Espero-te
na manhã radiosa
do meu banho matinal,
no passeio despretensioso
dos 20km horários
no carro bem equipado,
que venha me achar.
Espero-te,
para junto
dar um basta
a essa mentira
que pactuo com o mundo:
Viver!
Espero-te
ansiosa,
sem dinheiro,
testamento
ou memórias,
apenas com um amor
incompreendido.
Espero-te,
talvez tu estendas meu sofrer
e venhas me buscar: Oh Morte!

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 16/03/1978
Meu Silêncio!

Tomas o silêncio como escudo
supremo para a tua solidão,
preferes a meditação,
o isolamento, a uma mão
amiga e carinhosa.

Rejeitas meu momento
de amor, por causa
de um drama (in)consciente
que magoou teu pensamento.

Pare um só instante,
acima dos teus complexos,
além do teu plexo
mas em frente de teu sexo.

Saia pela noite afora,
ternamente, sem medo
e vá ao encontro
do teu desencontro.

Penetre nessa consciência
que te desarmoniza
e te descubra.

Saia dessa lagoa
profunda em que te encontra
e traze tua mágoa
a luz da compreensão.

Não faça do silêncio
a poderosa arma,
que aniquila o vôo
silencioso de quem ama...

Achegue-se a mim,
não importa se timidamente...
Tome minhas mãos
e sinta que o silêncio
de outrora, era receio,
medo sufocado, frustração
de haver dado um dia
aquém não merecia,
tua ternura insegura.

Sinta agora esse silêncio,
o meu silêncio!
Escuta por um instante
apenas, esse silêncio de amor,
esse encontro final
que transformou um momento
solitário, no mais belo dos momentos...

O momento consciente
de duas almas, que afinal
encontraram-se simplesmente!

Essa Paixão!

Essa paixão
que te assola,
que te enrola,
que te alegra
e te consome,
é avessa da minha,
que me assola.
que me enrola
e me consome...

Eu te amo
com paixão,
com tesão
e emoção,
sem conhecer
o encanto do teu
estar apaixonado.

Estranha
é essa vida
que separou
nossos momentos!
Amas quem quero bem
e por isso sou também,
alguém que precisa,
com urgência
se afastar.

Santa Maria 14/03/2005

Alguém!

Na rua onde eu moro,
mora alguém que tem um carro
e que por todos é cuidado,
esperado e também ultrapassado.

Alguém que corre
de saudade e que morre
por alguém que foi embora.

Um alguém tão importante,
tão imenso de ternura
que prendeu todo o instante
de alegria, desse alguém
que tem um carro.

Cada vez que encontro
em meu caminho esse alguém,
levo comigo a certeza
imensa da sua tristeza,
angústia e solidão.

Como esquecer quem
levou seu coração!

E ao vê-lo tão alheio
em sua introspecção,
percebo toda a grandeza
daquele alguém que fez morada,
que vence o tempo e o tédio
desse alguém que tem um carro.

Na rua onde eu moro,
mora alguém que corre
de saudade e que morre
por alguém que veio embora,
em boa hora, para o bem,
desse alguém que tem um carro.

Santa Maria 22/03/1978
Ana Clara!

Anjo inocente, aura abençoada,
na paz do amor familiar,
aguarda o tempo passar!

Clara, rosada, olhos
lindos como o céu,
alegria de quem olha,
refúgio para o cansaço
após um dia de trabalho!

Criança amada, mulher
criança, que um dia será
guerreira das lutas
do ser mulher!

Seguirá o caminho
já desbravado,
marcando a sua presença
como ser pleno,
consciente,
responsável,
do viver em sociedade.

Santa Maria 08/03/2005

* Poema dedicado à Ana Clara Oliveira Brettas *

23 novembro, 2005

Equívocos!

Tua saída da minha vida
foi o resultado efetivo
de uma enorme roda viva
de equívocos afetivos.

Eu saia d’uma relação
onde eu era amada
muito mais do que amava
e você sendo trocada
por alguém que colocava
o poder como ambição.

Eu não segurei a barra
e meu afeto ficou a deriva
esperando sedução:
Uma presença viva
nesse meu abandono
capaz de me fazer bendita.

Você carregava em silêncio
a humilhação do abandono
por quem nunca soube te valorizar
e assim dessa forma desajeitada,
cruzamos nossos caminhos:
Eu buscava uma paixão para viver,
teu corpo, somente sexo pra esquecer!

E por estarmos assim, tão machucadas,
nos deixamos envolver
em freqüências diferentes.

Eu parti encantada para uma paixão,
sem direito a lenço na despedida,
deixando para trás uma relação
cansada por laços familiares.

Parti com alegria em teu encalço
e de pronto, pialada, pela tua sedução.
E por estar assim apaixonada,
perdi o rumo da emoção
e sem o prumo da razão
sucumbi aos teus encantos.

Hoje sofro de uma saudade,
vilã, de um amor que não aconteceu!

Santa Maria 29/06/2004
Algumas Mulheres!

Mulheres benditas, são todas aquelas
que com amor nos jogaram no mundo,
para vivermos ao longo da vida
toda sorte de amores permitidos.

Mulheres valentes, de emoções partidas
pela longa caminhada, são todas
que se deixaram ficar presas
por promessas fugazes, de amores
passageiros, carregando no ventre
a qualquer preço, o prêmio proibido
de alguns momentos de amor.

Mulheres sedutoras, se esmeram
como poucas na arte da sedução
e com genialidade aprisionam,
nos seus encantos, vários amores
que de pronto são abortados
sempre que outro alguém lhes
parecer mais proibido.

Mulheres emoção, são as que
tropeçam na paixão e se aniquilam
de amor por quem só foi maior
na ilusão de quem foi capaz
de amar, mesmo errando de caminho.

Mulheres afetivas, são lindas,
são meigas, são anjos rebeldes
de asas partidas, sofridas
pela emoção alheia,
amigas na desesperança.

Mulheres alheias, aos seus desejos
não colocam no porta retrato
a foto do seu amor e preferem
por contrato, fazer de conta
que tudo está perfeito,
mesmo que a emoção não
esteja mais com seu parceiro.

Mulheres comuns, que trabalham
noite e dia, que se anulam,
que se escondem, a minha poesia
nesse dia totalmente feminino.

Santa Maria 08/03/2005

"Cidadão da Noite"

Manu não é nome, nem apelido,
é codinome de anjo investido
de ternura. É parceiro,
amigo e companheiro.
É a asa esquerda
que equilibra e ameniza
a dor das minhas perdas.
É meu ombro de consolo
e pra quem eu me socorro
toda vez que o desespero
bate forte na saudade.
Manu, Mano Manuel,
misto de homem,
anjo e criança.
Amante sensível
pra amores
de todas as cores.
Cidadão da noite,
amigo querido,
de paixões parecidas,
de lágrimas choradas
nas noites, nos bares.

Este poema é dedicado ao meu amigo Manuel Laporta parceiro nas grandes paixões!

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 27/05/2004
Amor Moleque!

O frio que dilacera a pele
e que na fome se consome,
é fogo que queima a carne,
que desnuda se encolhe toda!

É chama que não aquece,
é rima que não combina,
é verso que não se escreve
no coração d’um poeta!

Teu amor foi bem assim,
matreiro na sedução
de me atrair para a paixão!

Foi algoz do meu amor,
que não sendo da tua vontade,
é livro que não se abre
nem página pra se escrever,
a dor do teu desamor!

Sou presa fácil do teu encanto,
do teu dengo e do teu cheiro;
a ponto d’eu ter clareza
que ao sair da tua vida,
deixo também a vida
que um dia tive certeza
não poder viver junto contigo!

Vou adiante, desolada,
tropeçando na emoção,
levando no coração
a saudade daquele beijo,
que um dia de surpresa
roubastes da minha boca
enlouquecida de desejo
e que até hoje não esqueço!

Mesmo tendo errado no carinho,
não levo junto comigo
o dano do desalinho!

Fui presa do teu chamego,
do teu sexo e do teu cheiro,
que num distante janeiro
possuíram os meus sentidos...

Deixo teu amor moleque
encantar outras paixões!

Santa Maria
17/05/2004
Você Pediu!

O ciúme presente na vida
que se está vivendo, é parte
saudável do amor que se pretende
construir, junto de quem
si quer por perto.

Compreendo teus temores,
aceito teus amores
e toda essa ilusão de futuro
que um dia, todos nós
do mesmo modo, já buscamos.

Hoje esse amor é teu,
é presente no teu ocaso!
Ame e faça muito feliz
quem junto está contigo,
mas não queira acreditar,
que teu amor não tem passado!

Sinto muito, mas ele é nosso,
ninguém viverá de novo!

Construa o teu e seja feliz
sem xerocar nossas emoções,
pois esta, não viverá jamais!

Elenara Castro Teixeira
http://phoemahelenara.blogspot.com
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 23/11/2005

Poema para Lory Negrello
# * PHOEMAHS * #
Este Blog foi criado pelo incentivo carinhoso da minha amiga mimosa, Poetisa de Primeira Grandeza, "Ana Lúcia Bulcão Teixeira La-Rocca", para que eu colocasse os meus "Phoemahs" ao alcance da virtualidade e do coração de todos os meus amigos internautas.
Espero que todos que tenham acesso a esse Blog, possam sentir um pouco da emoção que todos os "Phoemahs e Textos" representam para o meu coração, eternamente enamorado de Paixões!
Sejam todos bem vindos ao centro de todas as paixões!!
Elenara Castro Teixeira
http://phoemahelenara.blogspot.com
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 23/11/2005