26 junho, 2006

Último Desejo!

Quero quando eu morrer
uma mão carinhosa deixando
um último calor de vida
percorrer o meu corpo
já refeito do tombo!

Quero meus amigos na sala,
relembrando passagens,
loucuras vividas,
ao longo da minha vida
que teimosa, insisti em viver!

Quero a alegria gambá
dos meus amigos do peito,
que num bê a bá festivo
pela noite adentro,
tomarão todas as "geladas"
que num freezer lotado
estará a disposição!

Quero um texto poético
que de um jeito doído
foi escrito por mim,
onde eu falo de um amor,
que talvez não esteja
ali para ouvir, mas que foi
com certeza para o melhor amor!

Quero um beijo na boca,
um carinho na face
e que no silêncio do gesto,
fique a certeza de que fui amada!

Quero ser o vento, o calor,
a chuva, a geada. Uma estrela
solitária na Via Láctea
de um coração arrependido!

Quero uma viagem sem volta,
com passagem só de ida
e que as cinzas que sobrarem
desse meu corpo cansado,
um (amor) amigo recolha
para espalhar na subida da serra,
nas ondas do vento norte
que enfeita a minha cidade!

Nessa última viagem,
não quero lugar demarcado
que mostre que passei pela vida.

Quero apenas ser lembrança
na saudade de um amor!

20 junho, 2006

Descoberta!

Se hoje em tuas noites, praguejas,
sem rumo pelo quarto tua solidão,
não mintas que estás sem sono,
assuma que tua alegria sumiu!

Chore esse teu luto até a última
lágrima e em cada gota, depure,
toda a certeza de que teu amor ruiu!

A vida é assim meu amor,
enquanto alguns são amados
com todo o ardor,
paixão e adoração
e não são reconhecidos,
outros que foram também queridos,
amam muito e também
acabam ficando aquém
do amor que dedicaram.

Estranha é a vida que nessa hora
nos faz parceiros da mesma dor:
Amar demais quem não soube
reconhecer a dimensão do nosso amor!

Avalio e respeito teu momento
doloroso, pois sei muito bem
o que é ser desprezado.
Dor lancinante, aguda e que queima
a alma que em festa se entregou,
feito vento, feito brisa,
feita chuva de granizo
cortando a pele desnuda!

Disso tudo eu concluo
que amamos no outro
o amor que buscamos
e o sendo assim egoísta,
não aceitamos no outro o jeito
de como fomos amados!

19 junho, 2006

Bela Adormecida!

Deixa-me ficar adormecida,
solitária no meu canto,
descansando das agruras
de uma vida apaixonada!

Deixa-me ficar sonhadora
de lembranças, que um dia
foram de festa, deleite
das nossas noites insones
de tanto nos amarmos!

Deixa-me assim, não me excita,
com tua presença nem me agita
assim dessa maneira sensual
ao meu redor, me provocando!

Não quero mais tua total
desfaçatez que um dia foi fatal
para minha perdição!

Deixa-me buscar fôlego
no desapego da tua presença
vá para longe com teu ego
e me deixa ficar silente
no meu canto, bem distante
da tua provocação!

Deixa-me ser outra vez
uma bela adormecida,
esperando o amor chegar
no frescor de um outro beijo!

Deixa-me!
Meus Ais!

Teu amor num longo tempo
foi motivo e razão da minha vida!

Um Norte que guiou a minha procura
e me fez senzala, prisioneira
dos teus afetos, a minha alegria!

Pura ilusão romântica que a tua maneira
encantou a minha desdita vida
de eterna apaixonada,
que soçobrou um dia
quando um não se fez afirmativo
para vida que havia querido pra mim!

Desgastada e amargurada
saí da vida de fininho, a lá francesa,
ruminando nos meus ouvidos
a tua crueldade amorosa!

Te vira foram às palavras
que liquidaram minha vida,
depois disso, uma parte de mim
morreu, quando de ti eu me perdi!

Mesmo alquebrada pela dor
jamais fiz desse amor maldito
e por não tê-lo perdido,
hoje te trago nesse poema!

Sê feliz é o que mais quero
que aconteça contigo,
pois a vida me fez premio
de um outro amor verdadeiro!

Embora não tenha sido o primeiro
amor o melhor, foi com certeza o maior
de todas as minhas loucuras...
Foi aquele que deixou marcas
que a vida não há de apagar!

Meus ais!

16 junho, 2006

Quero!

Tô vexada, tô chateada
com a nossa seleção,
que desnorteada
ficou só na marcação,
indo pra lá e pra ca
sem sucesso na empreitada!

Onde foi é que ficou
o futebol sensação
que todos apregoaram!

Um mísero um a zero,
para iludir brasileiro
sequioso de vitória,
num país que sem memória,
exalta o futebol fantasia!

Quero garra, quero luta,
quero time coração,
quero atleta brasileiro,
que feito trabalhador,
da um duro trabalhando!

Quero garra nesse time,
quero fome nesse time,
quero arte nesse time,
quero vida nesse time!

Que Deus me ouça!

Firmar Posição!

Quando a tensão esmaga,
como compor o verso
que exalta a chaga
do amor desfeito!

Quando a emoção chega,
como negar o estrago
que a carência causa
num coração solitário!

Como negar esse imbróglio
que impede de procurar
a minha libertação!

Tenho mais é que sumir,
dar o prefixo e sair
do ar. Buscar minha casa,
ouvir minhas músicas
e quieta,
deixar o tempo passar!

12 junho, 2006


Pausa!

Desde que nos separamos,
nada mais tive de contato
que pudesse realçar o brilho
do meu olhar amoroso!

Nada ou ninguém foi prazeroso
para motivar meu corpo saudoso
do teu abraço, do teu cheiro,
do teu sexo, do teu corpo!

Tirei férias, fiz balanço,
tô fechada pra reforma!

Reciclo toda a minha vida
do amor ao desamor,
do amigo querido
para o inimigo escondido,
traíra revelado ao acaso,
tristeza da minha vida!

Tantos erros e equívocos
acontecidos que o melhor
é esperar, dar um tempo
e assistir o Brasil jogar!

Teu (A)mar!

Não vou mais em pescaria
nem deixo linha de espera,
cansei de espreitar a vida
que um dia sonhei viver
contigo na beira do mar!

Não vale me fazer de isca
para alimentar outros peixes,
pois sequer ando nas tuas águas,
que aliás, já saciou minha sede,
num tempo que me é passado!

Hoje, trago atracado, meu corpo,
que já navegou por mares
dantescos, mas agora apaixonado
repousa saciado, feliz,
todos os sonhos vividos,
juntos contigo, um dia!

Outro alguém me prende,
outro alguém me atende,
outro alguém te esquece!

Me liberto
das amarras,
das velas,
das ancoras,
me liberto do teu (A)mar!

09 junho, 2006

Apenas uma questão de tempo!

Toda a minha vida afetiva e amorosa foi sempre pautada na correção dos meus sentimentos, onde tinha e exercitava a fidelidade como principal elemento de conquista e de fortalecimento das relações.
Entre todos os amores e paixões, que vivi na plenitude das minhas emoções, jamais em nenhum momento soube o que era estar em traição. Ser fiel era acima de tudo ser coerente com os meus sentimentos, com a minha vida, com os meus anseios e muito mais acima de tudo isso, ser fiel com quem estava, com a razão maior da minha vida que foram todos os meu amores.
Amei os meus amores e me entreguei para as minhas paixões com a ternura e fúria de quem sabe que podia estar ali o meu último suspiro, o derradeiro momento em que meu coração bateria, dando a última batida, a badalada final que marcaria o fim e o nascer da minha própria vida que a cada dia renascia para poder viver por meus amores.
Fui sempre passional para os meus amores, deixando sempre o meu emocional no limite, no fio da navalha ao deixar e permitir e até mesmo criar condições para que todos, sem distinção de quereres, pudessem falar com total liberdade das suas estória, dos seus amores e das suas emoções, pois compreendia que ninguém chega num amor sem ter na sua bagagem uma estória de amor para ser carregada, seja ela de vitórias e glórias ou de agonias e tristezas.
Sempre com todos, deixei que falassem e com que carinho eu os ouvia!
Sabia que era preciso escutar, pois só assim conheceria na essência quem estava a partir daquele momento tentando entrar na minha vida e que eu ao me apaixonar, estaria entregando o melhor de mim, a minha emoção, a minha vida!
Amei assim, dessa forma extremada, os amores que eu tive e que tantas emoções me permitiram viver na comunhão íntima de corpos que se entregavam e que iam nos limites das mais loucas paixões!
Vivi sempre os meus amores no limite e talvez por causa disso, tenha levado alguns escorregões que deixaram pequenas cicatrizes de amor, que me magoaram, que me fizeram sofrer, mas que nunca foram suficientes para me fazer acreditar que estava morta para o amor.
Em todas as derrapadas e carambolas em que me coloquei como parceira, tirei as lições que o meu bom censo e razão não me impediram de viver. Aprendi no caos que a maturidade é algo muito difícil de se conquistar e que ela nunca chega numa bandeja de prata ou num ramalhete de flores, sequer em doces ou em lindas taças de vinho ou em deliciosas champagne geladas!
Descobri que a vida é pródiga e que nos ensina as maiores lições, nas mínimas coisas ou momentos das nossas vidas.
Estar agora só, nesse momento, onde todos se entrelaçam, pernas, corpos, abraços e beijos, numa cumplicidade sensual dos amantes, onde olhares famintos se encontram e se engolem, é apenas um momento circunstancial, pois sei que meu corpo pode estar sozinho nesse Dia dos Namorados, mas minha alma estará embevecida nas lembranças mais ditosas que o meu corpo já abrigou, quando tuas mãos e tua boca me percorriam toda e na contramão da tua vontade, eu te pegava também, para delícia e êxtase dos nossos abraços, nossos beijos que nos consumiam de prazer!
Estar só hoje para mim é só uma questão de opção, pois querer é poder e para isso não preciso exercitar nenhuma vontade, basta esperar!

08 junho, 2006

Me Deixa Morrer!

Se não estamos mais e já não somos o que um dia já fomos, porque essa ciumeira do teu par companheiro, amigo agora das tuas horas, sem pressa?
Não temos mais nenhuma graça de amor para ser alcançada, que não te permita dar certeza para quem contigo está agora!
Fico pasma quando percebo que não me deixas morrer no teu afeto, mesmo criando para mim um desafeto que em nenhum momento alimento, pois permaneço distante, quieta, no meu canto, sozinha!
Não entendo esses sintomas, teu comportamento, teu jogo!
Sê permaneço longe, sem ter nunca me expandido entre outros abraços que não fossem de apreço, carinho e atenções, não consigo pactuar e aceitar que tenham ciúmes de mim, se nada fiz ou faço para isso!
Estou fora a tanto tempo da tua vida que não saberia exemplificar nenhum dos teus novos desejos, pois não mais acompanho, sequer a tua caminhada, o teu jogo de cartas, os teus segredos, teus amigos, tua fantasia, o teu novo caso de amor.
Tudo está posto de modo tão claro em minha mente e no meu coração que não temos mais nada entre a gente, que não apenas carinho eterno, que ficar sabendo que não podemos estar no mesmo lugar, é por demais estranho, e confuso realmente.
Não quero acreditar que teu momento hoje dividido com outro alguém esteja de algum modo sendo ocupado pelo meu fantasma, pois só assim eu compreenderia os motivos e as razões dessa insegurança que teu afeto hoje presente ao teu lado, sinta com a minha presença, mesmo que na vil imaginação de quem não se sente seguro nos amores que desfruta!
Se hoje estou só é porque tive coragem de sair da nossa relação e viver uma emoção e um encantamento que vou levar para todo o sempre no meu coração, como levo também todas as estórias e momentos de amor que a gente viveu num tempo que hoje é passado, mas que vive em nós de uma forma bem presente em nossas vidas, agasalhado, protegido num lindo e apaixonado caso de amor que por muitos anos vivemos, mas que hoje é passado, só isso, nada mais do que isso, passado!
Assim desse modo, não entendo que teu amor tenha tanta insegurança ao teu respeito para comigo, se eu mesma desejo que vivas o teu maior e o teu melhor amor!
Lembras a diferença entre ser o maior e o melhor amor?
Eu lembro!
E nessas lembranças é que nos amarramos, pois essa vivência, essa experiência nada e ninguém vai nos tirar, é puro patrimônio afetivo, emoções repartidas que vamos levar para sempre em nossas vidas!
Cuida do teu novo amor e me deixa morrer!

06 junho, 2006


Retórica!

O verso que te encanta por si é fantasia,
puro jogo de retórica, que atiço
com alegria, na emoção que me açoita
quando brinco com as palavras!

Tudo serve como impulso,
como alento, como prova
que podemos ser perfeitos,
mesmo quando nos perdemos
na emoção das nossas perdas!

Rimos e choramos, gritando todas
as dores que nos chegam
que nos ferem, feito chagas
sem remédio, sem antídoto,
só com o tempo como cura!

É assim que é mesclado
os versos que ora faço,
pois nele eu me despeço
das dores que meu coração guarda!

Sou apenas aprendiz
e nem tudo que ora fiz,
é experiência real!

Sou poeta,
eu divago!

05 junho, 2006

Arriscar é Preciso!

O coração quando bate
descompassado, abate
todo um passado
de amores desfeitos,
deixando antever
uma nova aurora!

Outro riso, outro papo,
novo alguém, outro guapo,
que vem trazendo certezas
de afetos refeitos!

Novo olhar, outra pele,
outro andar, nova emoção!

É a energia do amor
chegando mais uma vez,
sinalizando esperanças
que as cicatrizes deixadas
são hoje, meras lembranças
dum tempo para ser esquecido!

Que venha o amor!

04 junho, 2006

Surpresa!
Confesso-me surpresa
por haveres reclamado,
uma semana a trás,
depois de tanto tempo,
dos poucos versos de amor
que fiz em tua homenagem!

E os anos saboreando
teu amor à conta gotas,
como sendo a iguaria
predileta na doçura
dos nossos dias,
não foram versos de amor?

Viver ao teu lado
feito abraço,
feito laço,
feito chamas
que incendiavam nossas noites,
não foram também, poesias!

Não reclamas se meus versos
foram poucos ou escassos,
pois meu tempo
estudando os teus teoremas,
decifrando os teus mistérios,
já foram versos de amor,
que escrevi com a minha vida
e com a alegria do meu amor!

Não reclamas dos versos,
que não escrevi pra ti,
pois contigo, eu os vivi,
no dia a dia, por anos!

Esse foi o maior poema,
portanto não reclamas
da vida que te fez amado,
que me fez amada,
que nos fez, melhor!
Meus Bixos !
Meu corpo anda cansado,
minha voz está calando,
não exibo mais alegria
em nada e por nada
afasto-me desse momento!
Ando por demais atazanada,
irritada e com um humor de cão,
que desconheço essa fachada
que passei a exibir, sempre,
que me sinto vigiada!
Onde quer que eu ande
vens, feito carrapicho,
grudado na minha vida,
como pulga faminta
até do meu próprio sangue!
Que raiva não poder
mandar-te embora
feito pássaro de estação
que vem,
que chega,
desova
e vai embora!
Larga do meu pé,
desiste,
volta pra tua turma
que fico onde sempre estive,
na minha,
olhando,
sozinha!
Porquê, não podes ser
como o meu Sabiá Laranjeira
que me encanta com seu canto
ou como os pirilampos
que faíscam todas as luzes
que já iluminaram nossos corpos,
quando o desejo em nós ardia!
Pena que o tempo passa
e a vida se atravessa!

02 junho, 2006

No Limite!

Afronto,
uso e abuso,
eu ouso!
Canto,
encanto,
poemo,
eu amo!
Agrido,
atiro e caio,
eu morro,
mas vivi!
Que vida
que me deu versos
para deixar!
No Fio da Navalha!
Meu corpo cheira
a pecado,
tem odores e perfumes
de alfazema!
Tem alegrias e dolores
de chibatas,
que demarca
tua posse e teus limites!
Meu corpo se desfaz
em mimos e messuras,
quando afoito se aventura
nas tuas ultrapassagens!
Entre apitos, silvos e buzinas,
perco todos os pontos,
levo todas as multas
e me acabo de prazer!
Êta vida endiabrada
que me faz refém
das tuas derrapagens!

01 junho, 2006

Micos e Vexames!

O olhar que seduziu meu coração
e tão cheio de meias intenções,
me deixou eu pagar micos
de toda a natureza, hoje encena
todos os micos e vexames
na construção da sua própria estória!

Que maravilhosa é a vida que mostra
que é aqui que se paga os micos
que alimentamos outros a fazerem!

Depois de horas choradas
e de lagrimas enxugadas,
rio agora dessa tua desventura
que te contradiz e te desdiz
nos teus discursos, palavras
ditas a todos e que agora são provas
que na paixão fica o dito pelo não dito!

Que bom que tivemos coragem
para vivermos os amores,
pois só assim
todos nós nos deliciamos
nas agruras e delícias
dos amores e das paixões!

Viva a incoerência das paixões!