Apenas uma questão de tempo!
Toda a minha vida afetiva e amorosa foi sempre pautada na correção dos meus sentimentos, onde tinha e exercitava a fidelidade como principal elemento de conquista e de fortalecimento das relações.
Entre todos os amores e paixões, que vivi na plenitude das minhas emoções, jamais em nenhum momento soube o que era estar em traição. Ser fiel era acima de tudo ser coerente com os meus sentimentos, com a minha vida, com os meus anseios e muito mais acima de tudo isso, ser fiel com quem estava, com a razão maior da minha vida que foram todos os meu amores.
Amei os meus amores e me entreguei para as minhas paixões com a ternura e fúria de quem sabe que podia estar ali o meu último suspiro, o derradeiro momento em que meu coração bateria, dando a última batida, a badalada final que marcaria o fim e o nascer da minha própria vida que a cada dia renascia para poder viver por meus amores.
Fui sempre passional para os meus amores, deixando sempre o meu emocional no limite, no fio da navalha ao deixar e permitir e até mesmo criar condições para que todos, sem distinção de quereres, pudessem falar com total liberdade das suas estória, dos seus amores e das suas emoções, pois compreendia que ninguém chega num amor sem ter na sua bagagem uma estória de amor para ser carregada, seja ela de vitórias e glórias ou de agonias e tristezas.
Sempre com todos, deixei que falassem e com que carinho eu os ouvia!
Sabia que era preciso escutar, pois só assim conheceria na essência quem estava a partir daquele momento tentando entrar na minha vida e que eu ao me apaixonar, estaria entregando o melhor de mim, a minha emoção, a minha vida!
Amei assim, dessa forma extremada, os amores que eu tive e que tantas emoções me permitiram viver na comunhão íntima de corpos que se entregavam e que iam nos limites das mais loucas paixões!
Vivi sempre os meus amores no limite e talvez por causa disso, tenha levado alguns escorregões que deixaram pequenas cicatrizes de amor, que me magoaram, que me fizeram sofrer, mas que nunca foram suficientes para me fazer acreditar que estava morta para o amor.
Em todas as derrapadas e carambolas em que me coloquei como parceira, tirei as lições que o meu bom censo e razão não me impediram de viver. Aprendi no caos que a maturidade é algo muito difícil de se conquistar e que ela nunca chega numa bandeja de prata ou num ramalhete de flores, sequer em doces ou em lindas taças de vinho ou em deliciosas champagne geladas!
Descobri que a vida é pródiga e que nos ensina as maiores lições, nas mínimas coisas ou momentos das nossas vidas.
Estar agora só, nesse momento, onde todos se entrelaçam, pernas, corpos, abraços e beijos, numa cumplicidade sensual dos amantes, onde olhares famintos se encontram e se engolem, é apenas um momento circunstancial, pois sei que meu corpo pode estar sozinho nesse Dia dos Namorados, mas minha alma estará embevecida nas lembranças mais ditosas que o meu corpo já abrigou, quando tuas mãos e tua boca me percorriam toda e na contramão da tua vontade, eu te pegava também, para delícia e êxtase dos nossos abraços, nossos beijos que nos consumiam de prazer!
Estar só hoje para mim é só uma questão de opção, pois querer é poder e para isso não preciso exercitar nenhuma vontade, basta esperar!