08 maio, 2006

Seqüelas!

Em tempo de emoções maternais
onde filhos amados se desvelam
em atenções e carinhos filiais,
retribuindo afetos e amor,
em outros lugares
existem pessoas vitimadas
pelo descaso com cicatrizes
abertas, purgando puro abandono!
Filhos pequenos e grandes
vão deixando feito cão sem dono
olhares e súplicas por um abraço,
por um afago, por um colo aquecido!
Mães!
Que mistérios tem teu ventre,
que ilumina e engrandece
de amor as nossas vidas
e entre tantos amores fenece
toda a alegria, se de ti não existir
o colo para abrigar nossos medos!
Mães!
Que fizestes com teus rebentos?
Crianças que não tiveram a face
sendo beijada, são hoje adultos
amargurados. Doçura perdida
num tempo que não se refaz!
Mães!
Tomem seus filhos no colo
e no embalo do afeto
os façam chorar,
pois só tu és capaz
de mostrar que para ser feliz
é preciso ter sido,
também amado!
Para todas as Mães!

9 comentários:

Anônimo disse...

Muito Obrigado!
Sou pai de família e carrego ao longo da minha vida esse tipo de dor e nunca tinha lido um poema para as mães tão comovente pela ótica de filhos abandonados...
Confesso que fiquei emotivo demais depois de ler esse poema, ainda mais por sentir que no teu outro poema "Mãe" tu conseguiu descrever tanto amor e saudade pela mãe que já não tens....
O verdadeiro poeta é aquele que consegue navegar emoções sem ter vivido a plenitude de todas elas e nisso fostes grandiosa.
Parabéns do fundo do meu coração um tanto magoado, mas ainda assim, comovido...
Esse poema sintetiza todas as dores
de amores filiais, rejeitados e carentes....
Lerei para os meus filhos esses teus dois poemas.

João Antônio Lima de Siqueira
Santiago/RS

Anônimo disse...

Que poesia linda....Uma emoção maravilhosa que me deixou encantada com o modo peculiar de tratares dos amores filiais.
Tens livro publicado?

Anônimo disse...

Puxa!!!!

Anônimo disse...

É vero!
Quantas vidas marcadas, quantas ilusões perdidas por ações impensadas e que deixaram inocentes ao léu, sem apoio, sem rumo, sem mãe.
Inocentes crianças, filhos e filhas orfãs de amor e cuidado.
Esse poema é de uma realidade terrível, que chega a causar um mau estar de tão verdadeiro que é.
Agora entendo porque a verdade dói tanto....
Pobres filhos!!!

Anônimo disse...

Olha que já tenho lido poesias e me emocionado muito nessas leituras, mas como essa estou para ver... Foi demais!!
Confesso que me deu pena de imaginar uma mãe com uma ficha dessas na bagagem, carregando uma culpa sem tamanho no coração. Creio que não conseguem ler até o fim, mas ao mesmo tempo filhos de mães assim, são vítimas inocentes desse abandono. É uma crueldade.
Que dura é a vida de quem passa por essa via sacra....
Inquestionável esse poema.
Parabéns minha poetisa.

Anônimo disse...

Show de bola essa poesia, um verdadeiro corte. Ponto certeiro.
Sem discussão!

Anônimo disse...

São palavras fortes, agudas, verdadeiras, mas que fotografam os sentimentos com tamanha sensibilidade que tudo pode ser resumido em uma única palavra. REALIDADE!

Anônimo disse...

Muito obrigada pela mensagem tão linda. Comovida, eu te abraço. Agradecida, te beijo. As palavras escapam e tudo o que posso dizer é: muito obrigada, muitas vezes!

Anônimo disse...

Esse tipo de mulher jamais deveria ter parido um filho para não ter que abandonar mais tarde a sua própria sorte. Mãe é muito mais que isso.
São duras e amargas essas palavras mas conseguem realçar com força e realidade a dor dos filhos abandonados.
Esse sofrimento é para toda a vida, não passa nunca!