27 novembro, 2005

"Valeu a Experiência"

A calma do nosso amor
e a ternura das crianças,
tu trocastes pelo ardor
de uma nova existência.

Era pouco o que ganhavas
para o muito que ansiavas
e como pioneiro tentastes
desbravar novos caminhos
e achar novos carinhos.

Foram varias as jornadas...

Grandes foram os insucessos
mas por fim a nova vida!

Finalmente um “grande amor”
com inteira liberdade:
sem horários pra chegar,
sem respostas para dar,
sem crianças pra educar.

Um amor sem compromisso,
sem o medo do insucesso.

Hoje tu tens o tudo desejado.
Nada te faz prisioneiro:
obrigações que te impeçam
de viveres como ansiavas.

Hoje tu vives como senhor absoluto
e como dono da tua verdade.

És forte e irredutível.
A ternura não te afeta,
a emoção não te domina,
pois isso é incompatível
com a tua formação,
com a tua criação.




Hoje tu vives faceiro
nessa vida agitada,
não parando pra pensar,
não olhando para os lados,
sem saber porquê motivo.

Caminhas apenas,
ainda é primavera....
Mas amanhã quando
o inverno e o frio,
a lágrima e o riso,
a criança e o velho
estiverem confundindo
tua mente cansada,
tu ainda serás livre?

Mas amanhã quando
as lágrimas aflorarem
nos teus olhos cansados
e teus lábios tremerem
e tuas mãos estiverem
velhas e cansadas,
trêmulas e frias,
tu ainda serás livre?
Serás ainda aquele forte,
senhor absoluto?

Esta é a nossa diferença!

Eu com a ternura
dos que amam,
tenho a ventura
de encontrar no riso das crianças,
o aconchego para a minha solidão.

Tu tendo que lutar
para não chorar:
Não demonstrar a fraqueza
que fez um fraco
parecer tão forte!

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 21/07/1979

2 comentários:

Anônimo disse...

Amiga Rosa, estou tocada de tanta emoção, como identifiquei-me e vi tantas outras mulheres nesses poemas tão verdadeiros. Não tenho palavras para descrever o que senti, só dizer que tú és única...Bjs.
Cris Danezi

Anônimo disse...

Cruzes!
Esse poema é uma chapuletada nas "orelhas" de pais imaturos.
Essas palavras emocionam.
Um abraço!