27 novembro, 2005

"Os Fugitivos"

A caça aos detalhes,
pequenos fragmentos
que explicassem a
nossa solidão,
isolou-nos do mundo;
levando-nos a fugir
da nossa própria identidade.


Hoje já não somos
nem donos da verdade
quanto mais da nossa vontade,
pois por entendermos a vida
de maneira diferente,
procuramos no fumo
o verdadeiro rumo
da total alienação.


A caça e a procura
de um ideal
que antes fora
a força impulsora
da nossa procura,
hoje é triste lembrança,
mera quimera
de um coração
ainda criança.


Tornamos-no sós,
rostos mutilados,
vidas frustradas
que no amanhecer da vida,
sucumbiram sem terem vivido
o seu primeiro alvorecer.


Vemos que o homem morre
em cada sonho não sonhado,
é a vida escapando...


Resta-nos agora
apenas um consolo;
fugirmos para dentro de nós,
no desesperado encontro
com a nossa solidão.

Precisamos fugir
para escaparmos
da catástrofe
de não podermos sonhar.

O mundo ao redor
está morrendo,
mas que importa
se ainda podemos sonhar,
que a felicidade está
no simples gesto
de te acarinhar os pés.

Elenara Castro Teixeira
eelenarat@hotmail.com
Santa Maria 03/02/1978

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah!!!!!
Que saudades do meu tempo de Paz e Amor......!!!!!
Fui bem longe lendo as tuas palavras nesse poema.
Muitos dos meus sonhos não consegui realizar, mas eu estive dentro dessa tua poesia e me olhei feliz, sonhando....
Muito Obrigado.