27 novembro, 2005

"Manchetes"

Segunda ele grita,
a solidão acalma
a sua alma agitada.
Terça ele mata
a mulher que ama,
em frente do filho
que dorme na cama.
Quarta ele grita.
ele mata,
ele é homo,
ele é nada.
Quinta ele é sonho,
é poeta da vida
que espera encontrar.
Sexta ele vende
o carro,
a casa,
pega o dinheiro
e paga o resgate.
Sábado é o trago,
a farra,
a bala perdida,
é uma vida que acaba!
Domingo é o jogo,
o gol é roubado,
o juiz é xingado
e a mãe dele ofendida.
São manchetes da vida
dos dias modernos,
que vendem
a troco de nada,
o amor escondido,
a ternura esquecida
e a miséria social.

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 09/03/1978

Um comentário:

Anônimo disse...

Admiro a tua sensibilidade, pois parece que cada poema teu vem ao encontro de algum questinamento nosso...
Gosto muito do que escreves!
Obrigada por fazeres parte da minha vida, mesmo que de maneira virtual, mas sempre apareces na hora certa.
Um abraço!