26 novembro, 2005

"A Morte"

Espero-te
formosa e bela,
no som da música
que acalma
meu tormento,
no livro que explica
minha crise existencial,
no grito mudo
dos meus complexos
e na procura louca
da minha paz,
que venhas me buscar.
Espero-te
na manhã radiosa
do meu banho matinal,
no passeio despretensioso
dos 20km horários
no carro bem equipado,
que venha me achar.
Espero-te,
para junto
dar um basta
a essa mentira
que pactuo com o mundo:
Viver!
Espero-te
ansiosa,
sem dinheiro,
testamento
ou memórias,
apenas com um amor
incompreendido.
Espero-te,
talvez tu estendas meu sofrer
e venhas me buscar: Oh Morte!

Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria 16/03/1978

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu deus!
Levei um susto quando comecei a ler esse poema. Voltei no tempo e me deparei vivendo um período onde tudo gerava uma contradição e não tinhámos bem presente o que era. Puxa vida, você conseguiu me atingir no fígado e no coração.
Tuas palavras são fortes, mas verdadeiras. Retratam bem uma época. Bem final dos anos 70. Não imaginas como fiquei emocionado.
Gostei muito.
Posso entrar em contato????