30 setembro, 2007


Tem momentos na vida da gente que nossa alma se acende e se recente do momento presente que vivemos ou até do que já vivemos um dia e que por incapacidade momentânea ou permanente, não conseguimos dar a devida interpretação e importância para nossa saúde mental, física e emocional e para todas as outras carências, que sequer temos noção da sua existência!
Volta e meia sou tomada por questionamentos que nem sempre às vezes consigo compreender, quanto mais ter a noção exata do que seja, na maioria das vezes, mas mesmo assim não me furto da bagunça que fica a minha emoção nessas tentativas, pois sei que aprendo e que tenho modificado meu olhar, o meu sentir e que as minhas emoções se reorganizam e se edificam em outros temperos e que amadureço as minhas percepções com muito maior afetividade!
Sei que não tenho o douto saber para tanto, mas algo nisso tudo me é profundamente atraente e sem pestanejar, arrisco o meu tempo e o meu pensar para montar e quem sabe até mesmo me desmontar, divergir e interagir com os meus próprios medos, senões ou certezas ainda não comprovadas por essas minhas procuras!
Certa vez num desses relacionamentos que construímos ao longo da vida, nessa incessante procura dos afetos que nos edificam e nos diferenciam como pessoa, tivemos que articular com zelo, carinho, compreensão e muita delicadeza o tempo e os momentos das trocas, dos afagos, das carícias e afetos entre dois corpos amantes e amados e com freqüências e necessidades tão diferentes entre si!
O que equilibra e dá partilha numa relação, senão os afetos descobertos a quatro mãos, a dois corações e a muitas imagens que dois olhares apaixonados são capazes de interagir, quando pele a pele, estão a namorar!
O quê?
O quê é importante nessa hora?
Ser sensual ou sexual!
Sei que toda vez que a sensualidade se fez presente, toda a trajetória sexual se fez bendita, alegre, criativa e extremamente prazerosa, seja nos afetos, nos gestos e palavras e nas fantasia da carne, a alma, o coração e o corpo, puseram cor e luz ao nosso olhar!
Não que não seja dadivoso a fome sexual, mas esta com certeza se não alimentada com as delícias comungadas, vai deixar sempre em algum lugar do nosso coração, um vazio que nenhum olhar saberá esconder, pois nessa hora, nosso olhar é o espelho da nossa alma!
Exercitar as palavras, os diálogos da alma e do corpo, sem duvida são as lições que precisamos estar sempre buscando, pois só assim dessa maneira, vamos estar sempre aprendendo a ser e a ter o que o nosso querer egoísta, não deixa perceber e que nos é dado pelo outro, muitas vezes em doses homeopáticas!
Esse aprendizado afetivo-amoroso foi o sinal mais contundente que ficou nesses treze anos de comunhão, partilhas, divisões, senões e lembranças que passaram a fazer parte dessas nossas memórias, tão cara e querida, que a vida com as suas contradições, nos proporcionou emoldurar nas nossas saudades!
O que é a vida, senão capturar vivências e com maturidade e inteligência emocional, reorganizar os sabores e sem nenhum disfarce, pouco a pouco, descobrir que a nossa natureza, permite elaborar e descobrir a grande capacidade de resiliência de que nós humanos somos possuidores e que muitos poucos conseguem, de poder fazer de um limão uma limonada!
Sou assim, enquanto muitos se apagam pelo dor, sou audaz e me refaço, cada dia mais faminta, iluminada pela luz de um novo amanhecer, que chega muitas vezes da onde não esperamos...
Palavras podem ser um bom e lindo recomeço!

29 setembro, 2007


CoLoRaDiNhO!

O velho chão encardido
da Baixada Melancólica,
já foi a muito, cenário
pra vitórias e derrotas!

Chão batido empoeirado
com grama rala vestido,
busca e tenta ser o palco
para mais uma epopéia!

Desta vez foi o Pelotas
que voltou para satoleP
sem lero-lero ou pelota,
que o Coloradinho buscou
nesse campo de batalha,
gravar no duro chão da Baixada,
o grito a tanto tempo guardado
que está na Primeira Divisão!

Santa Maria engalanada
tingiu o chão encardido
de vermelho e de alegria,
deixando a melancolia
pro outro estádio,
que também
dali se avista!

Que vitória, que torcida
que pôs fogo na Baixada!

Colorado, Coloradinho,
misto fraterno de duas torcidas
de cores tão diferentes!

Valeu!



28 setembro, 2007

Será tudo isso assim!!!

É complicado esse emaranhado de emoções que ora nos levam aos sonhos, ora nos jogam nas dores e calores do inferno.
Os estados afetivos da paixão realmente nos envolvem em tantos abraços, tantos afagos que muitas vezes a própria emoção do amor nos sufoca e nos afoga, deixando um rastro de luz e destruição...
Sim porque amor e paixão são sentimentos siameses, um não consegue sobreviver sem o outro, daí este estado de calamidade emocional!
Volta e meia eu costumo brincar com as palavras para tecer a minha teia, para poder tirar dela ensinamentos e questões que me fazem pensar e filosofar, sonhar e divagar, lançar duvidas e me fazer pensar...
Através da poesia que faço por diletantismo e prazer eu lanço os meus olhares e descrevo a natureza e as cores da emoção!
Como hoje as pessoas pouco param para pensar e observar, através das palavras e do meu olhar, colho impressões e teço a minha própria teia!
Eu filosofo!!!

27 setembro, 2007


Transeunte!

Braços entrelaçados,
linhas cruzadas,
emaranhado de fios...

Nós e laços,
velas ao mar,
barco a deriva...

Pensamentos soltos,
paixões avassaladoras,
gritos e urros no silêncio
frio e úmido das calçadas...

Passos cambaleantes
se equilibram no meio fio,
buscando um alvo imaginário
que o faz sorrir vencendo o frio!

Loucura lúdica e básica,
que marca o compasso
de quem passa
anônimo nas calçadas!

26 setembro, 2007

E-mail!
Olá!
Tudo bem?
Faz tempo que não escrevo não é mesmo?
Olha me lembrei muito de você esses dias quando eu estava numa Formação e não sei por que me fortaleci para o trabalho lembrando de suas palavras tão cuidadosas para mim.
Sei que demoro a escrever, mas não quero perder o contato.
Estou te enviando um texto que achei bem legal e que trabalhamos na formação aqui em PE com os professores da rede estadual.
Um abraço grande!

Heloísa Mimosa!
Quando o coração e alma de um modo mágico e encantado se fundem e se confunde com as nossas próprias indagações e procuras, por certo ali se edifica uma nova percepção e um outro olhar se faz presente, colocando ante nossas vivências, outras cores, outras faces, novos sentimentos.
Confesso que muita coisa na minha vida mudou depois daquele Encontro em São Paulo em 2005 e com certeza a minha vida tomou um outro rumo, com outros ares, novas escolhas e sem dúvida alguma, uma nova energia!
Pode ter a certeza que também me és preciosa e que volta e meia vens ao meu pensamento, onde com carinho reedito passagens e recordo muito das tuas palavras e colocações.
Fiquei feliz e acredite-me, emocionei-me com as tuas palavras.
Realmente a essência da vida e das pessoas, nem sempre aparecem e se constituem com o tempo, muitas vezes somos abençoados pela natureza espiritual que nos faz cruzar uma única vez com alguém e esse alguém por um motivo todos especial, nunca mais sai do nosso olhar, da nossa alma e do nosso coração.
Com certeza, conosco foi assim e por certo sempre haverá um canal de comunicação entre a gente, senão presencial, na certa em ondas de bons pensamentos, com energia positiva capaz de nos fazer sempre presente, em algum momento das nossas vidas.
Mimosa!
Vou ler o texto com atenção e carinho, até já o imprimi para me facilitar à leitura, quando estiver pela tarde, já em casa, tomando o meu chimarrão. Lembras dele....Rssssss!!!
Dou retorno com certeza, após essa leitura.
Um abraço sincero e afetivo.
Bjs!

25 setembro, 2007


Abraços,
Galhos ou Traços!

Abraços, traços que se cruzam,
que se laçam e se cortam,
riscos que tatuam na alma
os afetos de quem ama!

Abraços, galhos que seguram
no peito o grito doído da dor
das muitas perdas, pequenas,
anãs, pobres e vilãs,
que não superam a maior
das dores da tua perda!

Abraços, portas e janelas abertas,
sinais pra chegadas e partidas,
aconchego e parada
para uma jornada sem volta!

Abraços cravados no peito,
feito estacas, como lanças,
marcaram o compasso
do nosso bailado amoroso,
amante e amado, e que nunca
conseguiu ser, pecaminoso!

Vivemos e morremos
no conforto daquele abraço!

Natureza Violada!

Pelas serras descem estradas,
que serpenteiam ex-florestas,
já dizimadas pelas queimadas!

Terras violadas, não pelo braço
ou a força do arado,
mas pela seca que arde
e que pede apenas um gole,
da consciência que perdemos!

Pobre natureza morta
que se renova e se expande,
a cada toque do isqueiro
que se abre e se acende,
dando cabo e colorindo
toda a terra, como um carvão!

Infame e setenta é a fome
que nos deleita e consome,
mas num efeito bumerangue
a natureza se vinga!

Secas e enchentes
fazem o contraste
entre o céu e o inferno,
sem meio termo,
sem meias medidas,
sem meia volta,
pura revolta,
por sua violação!

21 setembro, 2007


Fábula!

De onde vem essa alegria,
misto de calor e frio,
que meu corpo conhece,
toda vez que eu me vejo,
no teu olhar refletida!

Que insanidade é essa
que faz com que te moldure
no carinho da minha saudade,
e no abraço que trocamos,
o coração dispare e nos faça
recuar feito pirraça,
como duas crianças
que não querem abrir a guarda!

Que sentimento é esse
que nos faz refém
da mesma dor?

Será amor!

16 setembro, 2007

Desdobre!

No pico, nas nuvens,
no fio da navalha,
na beira do abismo,
com altos e baixos,
vivemos o amor!

Estranho os caminhos
para quebras dos laços,
encontros marcados
para beijos e abraços,
marcando o compasso
para outras traições!

Fazemos de conta
que estamos sozinhos,
e assim com esse jeitinho,
matamos a saudade
que nos invade,
nos cega, e atrapalha
o nosso novo começar!

Como fomos entrar nessa!

15 setembro, 2007

Comentário
Face(tAs)

Sabe!
Até eu mesmo às vezes me desconheço!
Faço coisas, escrevo e me inspiro na própria dor de amor que eu sinto que agasalho e que acaricio na minha saudade.
Sinto que sou parte, cabeça, tronco e membros, coração e alma da minha própria emoção.
Sou parte e metade, soma e divisão das fantasias que crio e que a minha emoção registra e colore com as cores que a paixão nos deixa pintar o amor que se instala e que nos arrebata, sempre que estamos sob o encantamento do brilho de um olhar apaixonado.
Sou assim intensa e comedida, afoita e deliciosamente tímida, como a não querer mostrar a paixão que me acaba e me motiva e que me faz refém do meu melhor amor!
Sou misto e resumo dos meus próprios quereres...
Sou a minha paixão!
Facetas!

Se a lua tem fases,
a bola tem gomos,
o carros tem rodas
e o ano tem meses,
porque não podemos
também, ser caras e metades!

Se rirmos ou choramos
na dor e na alegria,
quem garante que não somos
também, um pouco da fantasia,
caras e bocas da loucura,
amantes, amigos e bipolares!

Como saber dessa procura,
se ficamos ou partimos
e nunca temos certeza
de como acaba
esse mito da paixão!

Chove e divago,
flutuo no sonho,
atuo, pinto e bordo,
remendo trajetórias
e me atiro no caminho,
atropelada e quase morta
pela vida que deixei passar!

O que seria da vida
sem essa dicotomia!



13 setembro, 2007

Conjecturas!

Tempero essencial para que o sentimento de amor se instale junto ao nosso coração, é sem duvida, o tempero da paixão, desse estado de felicidade que se achega sem ao menos perguntar se estamos preparados...
E aí segundo após segundo, nossa vida se modifica, e o caos da paixão, amor, saudade e dor se apossam do nosso coração e o nosso olhar se faz vago ou enlouquecido, e se faz brilhante e úmido, se de amor ou tristeza, só os que já viveram essa graça, saberão como descrevê-la um dia!

07 setembro, 2007


Minha Pátria!

Minha Pátria não é só a terra, o ar, o mar e a alegria do carnaval, do futebol que alimenta um país que se espalha ao longo desse oceano.
Minha Pátria não só a seca, a fome, a praia, um litoral majestoso, que acolhe e inebria todo aquele que ali chega, nem toda alegria desse povo que por nada ou pouca coisa, canta e dança e se esquece das suas próprias dores.
Minha Pátria é também meu coração, minha alma, meu sorriso, minha voz e meu lamento.
Minha Pátria é também minha alegria, meu calvário e minha luta, é toda a minha contradição, esperança e desalento, meu fiel, meu rumo e norte!
Minha Pátria é minha crença, meu espaço, meu terreiro, onde planto e saboto as dores do meu viver.
Minha Pátria é o meu país, onde vivo e me escondo com todos os defeitos, minhas crenças e esperanças, que amanhã será sempre um novo dia para se ter outra esperança!
Minha Pátria é a minha luta, minha estória que soletro em cada rima, em cada prosa, em cada palavra que registro em poesia.
Minha Pátria é minha vida, paixão e cruz, é o lugar onde vou deixar as minhas cinzas!
Minha Pátria será sempre esse Brasil que eu adoro!

03 setembro, 2007

Onde está!

Onde está nosso menino,
doce e lindo que eu amei
feito dinda ou só amiga...

Onde está essa criança,
outrora meiga e carinhosa,
sapeca e serelepe,
que ensinei subir em árvore,
jogar cartas e por pura diversão,
dobrar trouxinhas de alface!

Onde anda esse menino
qu’eu deixava dirigir
aos trancos e barrancos,
a baixo de gargalhadas,
na velha Panorama vermelha!

Onde anda o teu menino,
elegante, lindo e tão vaidoso,
tanto tempo sem vê-lo
que até tomei um susto!

Onde ficou aquele menino,
que hoje encontrei adulto,
gordo e tão barbudo,
avesso daquela criança
que um dia coloquei no colo
e pela mão cheia de ternura,
passeava pela rua!

Onde ficamos no tempo
que envelhecemos
e não percebemos!

Onde?