21 maio, 2011


# ALMA PERDIGUEIRA #

Quero ver se flutuas 
nas tuas noites nuas,
sem apreço, sem amor,
só no ritmo ofegante
dos que chegam
com odores
de caça e cigarro,
e te levam de carro
para mais uma entrega!

Quero ver se a tua alegria,
tua paz refrescante
depois de já feito o trabalho
é a mesma dos nossos
velhos tempos de amor!

Quero ver se eles notam
o branco do olho revirado,
alucinado pela emoção
dos nossos corpos
desnudos pelo prazer!

Quero te ver passar pela rua,
e sentir no teu olhar
a mesma ternura amorosa
que nos fez cúmplice
de tantos momentos bons,
e que por mais que me tires da foto,
jamais poderás negar
que não estivemos juntas
e que nos amamos tanto!

Quero ver se agüentas,
quando a solidão de amor
fizer TocToc nas tuas
noites de insônia,
judiando pela saudade,
o teu coração agoniado,
já no sufoco, quase parando,
sentindo que não sou eu
que estou ali, para te amar!

Essa será a nossa diferença,
enquanto eu te amava
e acalmava tua alma perdigueira,
esses de agora só te querem
para mais uma domingueira!

Dança, flutua e se joga,
mas lembra, que nunca mais
tu serás a minha companheira,
o meu amor bendito!

2 comentários:

Vera Beatriz disse...

Essa será a ressaca da manhã seguinte, a tua vingança, amiga!
Show de poesia.
Parabéns!

Elenara Castro Teixeira disse...

Vera Beatriz!

Mas eu não quero nenhuma vingança, apenas um pouco da minha alegria perdida...
O resto, ah isso ela purgará durante as suas crises, no seu quarto fechado com suas janelas serradas, numa luta inglória...
Na tentativa vã de que um dia eu a acorde pela manhã!
Meu celular nunca mais a chamará para a vida, pois da minha agenda o dela está deletado!
Mas tenho que concordar quanto a ressaca do dia seguinte...
Essa nenhum ENO ou ENGOV lhe trará a serenidade das nossas manhãs ensolaradas...
Se isso é uma vingança, que o seja então!