30 outubro, 2007


Sou barco, vela a deriva!

Como tudo, como o tempo
que ultrapassa palmo a palmo
a nossa estória linear,
minha vida desde hoje
conta o tempo que me resta!

Sem mais sonhos para sonhar,
versos para emocionar,
pego passagem de ida
e parto para o além mar!

Vou de vela desfraldada,
muito velha, quase rota,
numa embarcação avariada,
onde meu coração sufocado
não mais coordena a batida
do meu amor por ti!

Sou emoção desvairada,
lançada ao mar sem aviso,
entregue ao léu do destino,
por essas coisas da vida!

Navego a ermo o caminho
sem ter ao lado o carinho
dos muito que tive na vida!

É esse o mar que enfrento
no comando dessa nau,
que não mais agüenta
o peso de todos os ais,
dos quais não posso mais esconder!

Sou barco, vela a deriva
num último sopro, buscando...

3 comentários:

Elenara Castro Teixeira disse...

Deus!
Foi sublime olhar tuas lagrimas caindo ante a leitura desse poema, mais ainda tuas palavras, que eu não falo, mas que guardo como um tesouro, só para mim...
Sei que nos pertencemos, também hoje, mais do que nunca...
Eu compreendo e te dedico....

“Para o meu maior e melhor amor, de todos os amores que já eu tive em minha vida...”

Anônimo disse...

Vejo que temos uma escritora ...
Fico imaginando o tempo que a gente leva para escrever, mas este tempo passa tão rápido que a gente demora para ler...

Anônimo disse...

Valeu, adoro teus poemas!