23 abril, 2006

Assombração!

Hoje revirei minhas gavetas,
Meus guardados, meus segredos,
Decidida a vasculhar minha vida
E dar um jeito nos meus enredos,
Enganos, poemas e sonetos!
Tomei a coragem pelas mãos
E remexi feito um estilete
As feridas, cicatrizes e quelóides,
Marcas eternas de um amor
Perturbado que me enforca
A cada lembrança da tua presença
Em minha vida!
Encontrei já amarelecido pelo tempo
Fotos de nós dois num campo
Florido de azaléias,
pessegueiros e roseiras!
Tempos de glórias
De loucuras e alegrias
Onde o amor se fazia
No chão, na grama, na cama
Sob o sol ou sob a lua
Com a força que se insinua
Quando o desejo atropela
Receios e vontades!
Tantas recordações,
Selos, cartas, poemas e cartões,
Fotos de todo o tipo
A me dizer que foi verdade
Tudo aquilo que vivemos!
Caixas e caixas armazenadas
De carinho e zelo por uma estória
Que para mim foi epopéia
Numa guerra onde o amor e a paixão
Se perderam nessa odisséia
Traçada somente pelo teu desejo!
Lutei nessa guerra com as armas
Que meu coração dispunha
E perdi a batalha!
Tantos anos guardando
Todas essas lembranças,
Só fizeram eu te guardar
Feito um relicário na metade
Que ainda bate,
Que ainda vive
Do meu coração apaixonado!
Hoje revisando meu passado
Te descubro,
Assombração!

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