“Barulhos, Ruídos e Silêncios”

É uma temática interessante de análise, pois nos remete a um tempo onde as pessoas estão a cada dia que passa mais distantes daquela necessidade de se ouvir para poder vir saber escutar!
Estamos perdendo a capacidade de ouvir o nosso próprio coração, a nossa própria emoção, o nosso próprio corpo, o nosso próprio choro, e na ânsia desesperada de nos fazermos ouvir, gritamos todos os sons, todos os gritos, mas o eco não reverbera e não trás de volta as nossas súplicas e nem deixamos se aproximar, quem poderia nos ajudar!
Estamos nos enlouquecendo com sons físicos e mecânicos, esquecendo que o som que nos da vida, alegria, amor, felicidade, emoção, prazer e poder de observação, é o olhar atento e diferenciado as imagens que se nos apresenta e o ouvido aguçado para os gritos e sussurros, que nosso coração lastimado das dores da vida, carrega e que nos causa tanto pavor!
Precisamos cuidar dos barulhos, dos sinais fechados que tanto atrapalham os nossos caminhos internos, pois se não depurarmos esses sons, com certeza os cruzamentos que teremos que fazer será por demais tortuoso e não haverá uma boa condução para as nossas procuras!
Precisamos ser condutores atentos aos gritos que saem de dentro de nós, pois só assim teremos tempo e poesia para captar os sons da natureza, como o cantar apaixonado de um Sabiá Laranjeira em fase de conquista amorosa e perceber as mãos que se estendem em silêncio, como um oásis de paz e alegria que chega de vagar, feito miragem, mas que é o primeiro contato que nós humanos precisamos para nos fortalecer em nossos afetos!
Que nossos “barulhos, ruídos e silêncios” sejam o pulsar de uma nova era!
Que sejam de amor, cuidados e afagos e que todos os cruzamentos e sinais que sejam de abraços, toques e sorrisos!