Não Inventa Maricota!

É tão gritante o estrago
que faço nessa relação,
que até chego a ganhar
pela tua boca, um outro achego,
outro chamego, para despistar
o ranço do teu par,
que de soslaio me cuida
como s’eu fosse à querida,
pra levar teu coração!

Que boba é essa mentira
que teimas em sustentar,
fazendo-me de senhora
do teu mundo,
com poder de sedução!

Não me tires pra comadre,
nessa estória sem compadre,
pois meu tempo é precioso
pr’eu ficar no teu encalço!

Larga mão, meu coração,
que eu não quero confusão,
tô na vida para amar
um amor que me faça bem,
e não fique na contramão,
atrapalhando minha vida!

Se estou só é porque quero
andar por conta própria,
me fazendo de gaudéria
e mantendo os meus mistérios!

Deixa-me fora dessa briga
que teu coração inventa,
sou livre para amar quem me instiga
a ser a musa da minha poesia!

Que culpa eu tenho,
se sou mais eu nessa estória!

Se estiver ruim, salta fora,
vai embora e te descubra,
senhora e razão d’outro poema!