01 dezembro, 2005

"Mulher Amanhecida"

Essa mulher que encontro
quase sempre no mesmo horário,
leva no rosto as marcas da dor.

Lesões afetivas deixadas na pele
por mãos que violam um corpo
pequeno, exposto ao amor.

Um amor sem cortesia,
sem afagos,
sem beijos
ou chamegos.

Um amor momentâneo,
fugaz e tão etéreo,
perfumado por odores
fabricados, que ajudam
a entorpecer uma emoção
a muito tempo já esquecida.

Essa mulher que o acaso
colocou em meu caminho,
que faz o mesmo itinerário,
que me desconhece
quando vou para o trabalho,
tem todo o meu carinho
pois em algum abraço,
deixou ficar sua ternura.


Elenara Castro Teixeira
elenarat@hotmail.com
Santa Maria/RS 08/03/2005

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