24 maio, 2008


A Banda da Minha Memória!

Já dizia Chico Buarque de Holanda “estava à toa na vida, o meu amor me chamou, pra ver a banda passar, tocando coisas de amor”...
Com certeza ele estava certo e eu é que não sabia..., naquela época!
Estava à toa na vida e sem nenhum amor me chamando, fui assistir o final do festival comemorativo ao “Sesquicentenário de Santa Maria” de Bandas Marciais, realizado no estádio da baixada melancólica do Internacional de Santa Maria.
Depois d’eu viver tantas alegrias e recordações, para culminar o sucesso do evento, veio a apresentação fantástica da Banda dos Fuzileiros Navais/RJ. Que show!
Entre tantas lembranças vividas às épocas da minha juventude com desfile estudantil ao longo da Avenida Rio Branco e lá se vão tantos anos, que nem mais minha memória registra, eis que reencontro a razão maior de todos os meus delírios...

Sonhos de amor, quimeras...,
Fantasias de amor, esperas...,
Imagens de amor, marcas...,
E cicatrizes de um amor...,
Que ainda se debate e se requebra
Ao som e toque,
Do compasso do teu passo,
Que acesso se incendeia no brilho
Do nosso olhar!

Estava à toa na vida, assistindo a banda passar, sem charme, chama ou vigor..., mas de repente feito um passe de magia no frio daquela tarde, meu coração aqueceu-se como estribilho, e pôs-se a bater compassado, na cadência musical que marcava todas aquelas evoluções...
Percebi ali, naquele momento, que lembranças de amor estão sempre presente em nossas vidas, mesmo que se esteja à toa na vida, olhando a banda passar...

Estava à toa na vida,
O teu olhar me chamou,
Meu coração assustado,
Por um momento parou...

E pensar que eu só estava assistindo, a banda passar!

Dito!

Sinto que vou cada vez mais
Na pressa para não ficar a onde estou...
Aligeiro-me nessa corrida sem largada
Sem tiro para anunciar, que a sorte está lançada!
Sigo em linha reta, sem voltar o meu olhar,
Posso cair de quatro e ficar esperando
O que um dia deixei chorando...
Vou ao trote, quase galope, esconder
As minhas lágrimas, iguais as tuas,
Um dia chorada por mim!
Bem dizia minha avó,
Aqui faz aqui se paga!

15 maio, 2008


Santa Maria
&
Minhas Memórias Afetivas!

Cidade ao pé do morro, verde mata ainda virgem, que embeleza e da moldura ao horizonte do meu olhar.
Cidade que dá socorro, que ajuda e salva vidas, que abriga a quem chega de repente pra morar e estudar!
Cidade de quadro e giz, escrevendo colorido o dia a dia no coração e na alma, a pagina da minha estória!
Cidade do vento norte que esquenta e marca forte, ventania que azucrina três dias do meu humor. Calor infernal que desassossega o corpo, a pele, os cabelos e a saia que esvoaça em cada cruzamento dessa cidade que eu adoro.
Cidade de grande fé peregrina e que nem de longe se imagina a força amiga do seu povo, que percorre respeitoso os caminhos da Medianeira, Senhora, Mãe e Rainha que abençoa o passo trabalhador da sua gente, que a pé, passo a passo, entoa numa só voz jubilosa, cânticos de paz, amor e esperança!
A Casa de Saúde, hospital e berço de muitos que como eu, choraram ali as primeiras lagrimas, em plena sinfonia com os pássaros que voejam ao seu redor, graças aquela paisagem exuberante que de lá ainda se avista.
O Colégio Santanna, onde desenhei as primeiras letras e a cada dia construía com altivez e garra, a minha, naquela época, já precoce independência de espírito.
Ah o Maneco, onde forjei no exemplo dos Mestres, a minha caminhada profissional e o espírito para construção de lideranças e lutas.
A UFSM, espaço para o alcance da universalidade do pensamento histórico e político, de consciência e compromisso com a sociedade.
O Restaurante Augusto com o seu velho e tradicional ponto de encontro, de conversas, conchavos e alianças políticas, regado a vinho, chope e muito galeto, marca registrada desse maravilhoso lugar lusitano.
Parabéns minha cidade querida por dar-me a glória em criança de fazer a festa do seu Centenário e hoje já calejada pela vida, por revezes e sucessos e pelos aprendizados, partilhar a glória também do teu Sesquicentenário.
Santa Maria, cidade das minhas memórias, retrato vivo das minhas estórias, lugar por Deus abençoado para me fazer nascer!

É muito bom viver aqui!