23 fevereiro, 2006

Amor Moleque!
O frio que dilacera a pele
e que na fome se consome,
é fogo que queima a carne
que desnuda se encolhe toda!
É chama que não aquece,
é rima que não combina,
é verso que não se escreve
no coração d’um poeta!
Teu amor é bem assim,
matreiro na sedução
do atrair para a paixão!
Foi algoz do meu amor
que não sendo da tua vontade
é livro que não se abre
nem página pra se escrever,
a dor do teu desamor!
Sou presa fácil do teu encanto,
do teu dengo e do teu cheiro;
a ponto d’eu ter clareza
que ao sair da tua vida,
deixo também a vida
que um dia tive certeza
não poder viver contigo!
Vou adiante, desolada,
tropeçando na emoção,
levando no coração
a saudade daquele beijo,
que um dia de surpresa
roubastes da minha boca,
enlouquecida de desejo,
e que até hoje não esqueço!
Mesmo tendo errado no carinho,
não levo junto comigo o dano do desalinho!
Fui presa do teu chamego,
do teu sexo e do teu cheiro
que num distante janeiro,
possuíram os meus sentidos!
Deixo teu amor moleque
seduzir novas pessoas,
encantando outras paixões!
Santa Maria/RS
17/05/04

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