MUSAHALHA
Uma passagem do paraíso ao inferno,
um sorriso deixado para trás,
o frio de um inverno chegando
com a dor de uma emoção morrendo,
é o quadro que fica como herança
de um tempo que me foi feliz!
Cansei de buscar explicação,
tentar compreender e justificar
a frieza da tua decisão
em se afastar daquele jeito,
tão afoito, tão sem jeito,
que mesmo hoje eu não aceito,
não entendo e me revolto!
Lembrar um tempo bonito
é sofrer por duas vezes,
pois palavras foram ditas,
atitudes foram feitas
que nem por longe eu pensaria
que tudo era enganação!
Teu amor, teu querer,
quanta diferença
a me fazer pirraça,
a me judiar a alma,
a me queimar o peito
a me negar a fala
e ainda me fazer doente!
Cerrei as cortinas,
fechei-me em copas,
atropelei as palavras
e me calei pra vida!
Repensei os momentos,
dores de amores
vividos e desfeitos
e em nenhum deles
pude encontrar tamanho desencanto!
Meu amor era puro sentimento
a te fazer bendita na minha vida,
uma emoção maior descrita
com paixão e encantamento,
que te fez minha MUSAH,
minha arte e meu xodó!
Talvez nunca queira saber
como consegui chegar até aqui,
desse jeito, destruída,
com uma tristeza de dar dó
por agora ter certeza
que você é e sempre foi
uma mentira,
uma falha,
uma fantasia,
uma MUSAHALHA
a bailar na minha vida,
e retratada com amor
na minha poesia!
Como fui cega e surda
para o que eu já via
vislumbrado no meu horizonte!
19 comentários:
Amiga!
Tenho consciência do tamanho do teu desencanto.
Um amor tão bonito,tão sensível e tão severamente destruído...
Entendo esse processo de desconstrução, essa apatia de querer viver e lutar por ele ainda.
Sinto uma tristeza imensa por ti minha amiga...
Te dizer o quê nessa hora?
Acho que nada posso falar agora, a não ser estender os braços e deixar você chegar se precisar.
Me dói muito ler esse poema. Ele é o reflexo perfeito do desencanto.
Que pena!
Oí!
Você escreveu a palavra certa nesse teu comentário.
Realmente me encontro num processo de desconstrução afetiva e amorosa para quem foi nesses últimos anos da minha vida a minha principal emoção.
Dói ter que admitir, mas foi o que ela me deixou como herança...
Infelizmente, apenas isso!!!
Não tenho onde me agarrar para mudar esse enfoque.
Que pena, eu que o diga!!!
Você triturou a tua MUSAH com faca, colher e garfo...
Minha Nossa Senhora!!!
Luiz!
Não foi com faca, colher e garfo, foi com o sentimento, com a palavra o que é bem pior!!!
Pobre dela que de MUSAH virou MUSAHALHA..., mas o que é mesmo MUSAHALHA????
Huuuummmm!!!!
Elenara, tuas palavras me encantam, até essas que tu crias nos teus delírios poéticos.
MUSAHALHA é um neologismo semântico que não existe na Língua Portuguesa, aliás não existia porque agora existe....rsrsrsr!!!
O sentido que dás a ela é que com o tempo saberemos.
Fabulosa essa poesia. Ela encerra uma dor portentosa, sem igual..., ainda não tinha lido algo semelhante no teu Blog.
Realmente é uma desgraceira na tua emoção que tão cedo não irá passar.
Cuida minha querida para não odiá-la, pois o ódio é o avesso do amor.
Te cuida sim!
Que desabafo, saiu das entranhas...
Patrícia!
Não fujo e nem finjo, assumo essa roubada...
Eu sofro, eu vergo, eu me dobro, mas não quebro.
Eu recomponho o físico, a razão, não sei a alma, mas eu sobrevivo!!!
Olha Elenara!
Faz anos que acompanho a escalada do teu Blog (Adoro!).
Sempre que posso eu venho e leio com muita atenção, carinho e respeito tudo que você escreve. Gosto muito do teu estilo agudo e sensível, sem rodeios.
Falas com a alma e essa é a tua maior virtude.
Não se esconde atrás de nada quando falas de amor, é verdadeira e amorosa, às vezes até um pouco dura consigo mesma, mas sempre real.
Em todos esse anos que eu te leio anonimamente, nunca te senti tão sofrida, tão desencantada com o teu próprio amor como nesses últimos tempos.
Acredito que esse amor que você viveu só te amargurou...
Pensa nisso e larga de mão essa pessoinha.
Com certeza ela não merece o teu melhor sentimento...
Fica na tua, te proteja dela, mesmo sofrida você ainda é a minha poetisa predileta.
Teu poema é lindo mas terrívelmente amargo...
Um abraço!
Agora não mais anônimo, Rogério Silva.
voce esqueceu que não ia mais escrever poemas para tua Musah? Recaída?Por que não tenta falar com ela ,e ai aparar todas as arestas que ficaram,só assim creio que voce podera apagar esse fantasma da tua vida.Abraços
#*#*#*#
Ana julia disse...
voce esqueceu que não ia mais escrever poemas para tua Musah? Recaída?Por que não tenta falar com ela ,e ai aparar todas as arestas que ficaram,só assim creio que voce podera apagar esse fantasma da tua vida.Abraços
#*#*#*
Oiê!
Mesmo postando como Ana julia e não Ana Júlia, tenho certeza que não és a verdadeira, pois a própria conheci pessoalmente esses dias e ela não escreveria assim o nome dela.
Também não é assim o jeito dela escrever com erros e espaços inadequados entre as palavras, portando não vejo razão para postares assim como se fosse a verdadeira Ana Júlia.
É fácil eu descobrir se estou certa e que você não é a verdadeira, basta ela postar e negar esse comentário como sendo dela.
Até consigo imaginar quem tu sejas...eheheheheheh!!
Quanto ao que falas de recaída, “que não ia mais escrever poemas para tua Musah”, tudo continua como antes, pois aquela MUSAH que eu acarinhava com palavras de amor, que sensibilizava o meu olhar, que era motivo da minha paixão e do meu amor, essa não existe mais, ficou ajoelhada na beira da calçada, no dia que me dirigiu as suas últimas palavras.
Por aquela adoeci da alma, com uma dor invisível que me tirou do prumo, mas essa de agora tem muito mais para MUSAHALHA do que para a outra que era a minha MUSAH...
Sutil e delicada diferença semântica que fazem toda a diferença...
Ah, quanto a falar com ela ou “contigo” sobre aparar as arestas e acabar com os meus fantasmas, podes crer que ainda serei eu a lhe atormentar os sonhos, as noites e os seus pesadelos.
Ainda faço dos meus fantasmas , um “fantasminha camarada” ....eheheheheeh!!!
Compreendeu minha falsa Ana Julia...
Um abraço Ana julia II
Rogério Silva!
Obrigado por deixares o anonimato. Esse é o meu maior presente.
Obrigado pelas tuas palavras.
Volte Sempre!
Um abraço!
Como voce está amarga, minha poetiza preferida.
É isto ai, não deixa barato, tem gente postando muita inverdade, sei porque te conheço e conheço ELA.
Vocês eram muito divertidas..., hoje não vejo mais isso em nenhuma das duas.
Espero que tudo de certo pra você e pra ELA também.
Xíííí!!!
Pelo visto anda dando "linha" cruzada nos comentários do Blog, Elenara!
Achei o Ó DO BOROGODÓ alguém querer se passar pela tua leitora mais assídua que é a Ana Júlia. Também acompanho o teu Phoemahs e já deu para eu me acostumar com os comentários de alguns dos teus leitores e posso também afirmar que essa Ana julia não é a quente, a real.
Vou ficar esperando ansiosa que a verdadeira comente esse poema.
Sobre o poema MUSAHALHA... vou te contar que achei bárbaro, mas não compreendí bem certa metáfora imbutida no contexto da poesia.
O que você quis dizer com esse trocadilhooooooo!!!!
"Você é e sempre foi uma mentira, uma falha, uma fantasia, uma MUSAHALHA a bailar na minha vida, e retratada com amor na minha poesia!"
Amei de verdade esse verso! Você é genial.
Parabéns!
Estela!
Pois é minha amiga, até aqui aparecem os "espertos" tentando nos passar a conversa, nos passar a perna, nos enganar...
Até achei graça disso tudo, de alguém usar o seu precioso tempo para tentar ludibriar esse "espaço" que nós preservamos tanto.
Mas fazer o quê..., é do jogo da vida isto!!!
Sobre o que você chama de metáfora "MUSAHALHA" eu diria que por enquanto é apenas uma nova palavra, sem um sentido muito definido, mas reconheço que pode significar varias coisas, boas e ruins ao mesmo tempo, inclusive!
Vamos observar na sequência o sentido que vai priorizar.
Obrigado pela visita e pela defesa do comentário.
Esteja a vontade e volte sempre aqui.
Um abraço!
Elenara Querida!
Faço aqui dois comentários:
1º - Não fui eu que postei o tal comentário "voce esqueceu que não ia mais escrever poemas para tua Musah? Recaída?Por que não tenta falar com ela ,e ai aparar todas as arestas que ficaram,só assim creio que voce podera apagar esse fantasma da tua vida.
Abraços Ana julia.
2º - Agradeço aos que perceberam que não tinha sido eu.
É importante para todos nós essa fidelidade e respeito.
Aprecio demais tudo isso, porque quando falamos de amor, de sentimentos outros e dos outros, estamos também falando dos nossos sentimentos e daí a necessidade da verdade.
Teu Blog é espetacular, é real...
Sinto nele cada vez que leio os teus poemas, os meus próprios sentimentos, e me delício e navego, jogo a minha imaginação em todos eles. É uma delícia!!!
Querida!
Comentar, como sempre os teus poemas é um prazer. Esse MUSAHALHA então é delicioso demais.
Faço-o por partes:
MUSAHALHA
"Uma passagem do paraíso ao inferno, um sorriso deixado para trás, o frio de um inverno chegando com a dor de uma emoção morrendo, é o quadro que fica como herança de um tempo que me foi feliz!"
Perceber essa trajetória de perdas é extremamente doloroso e isso você o faz de modo magnífico. Em poucas palavras fazes uma linha do tempo desse tempo de amor. Perfeito!
"Cansei de buscar explicação, tentar compreender e justificar a frieza da tua decisão em se afastar daquele jeito, tão afoito, tão sem jeito, que mesmo hoje eu não aceito, não entendo e me revolto!"
Quando a gente ou alguém perde o foco do nosso amor, entramos em conflito com tudo, até com as nossas verdades.
Convivemos por um bom tempo até com os nossos monstros, que temos e sabemos existir dentro de nós.
Na maioria das vezes as nossas dores e perdas são para eles (os nossos monstros)e não para o objeto do nosso amor.
Maravilhoso, isso tudo, pois percebemos a tua luta feroz em não aceitar calada essa perda de amor na tua vida. Emocionante!
"Lembrar um tempo bonito é sofrer por duas vezes, pois palavras foram ditas, atitudes foram feitas que nem por longe eu pensaria que tudo era enganação!"
Quando amamos verdadeiramente e perdemos esse amor, sejam por quais motivos forem, a gente se perde em tudo, passamos a duvidar de tudo, da gente e até de quem mais amamos e por quem daríamos um rim (falas disso numa poesia...).
Essa dicotomia é natural, é o bem e o mal se enfrentando diuturnamente, até a serena compreensão dessa perda, mas até isso acontecer, muitas lágrimas e sofrimento, acontecem! Genial!
"Teu amor, teu querer, quanta diferença a me fazer pirraça, a me judiar a alma, a me queimar o peito a me negar a fala e ainda me fazer doente!
Cerrei as cortinas, fechei-me em copas, atropelei as palavras e me calei pra vida!"
Quem amou sabe dessa terrível verdade. Realidade pura, dolorida, sofrimento diário e uma vontade deliberada de se querer morrer de amor. Romantismo puro. Delícia para os poetas. Amei!
"Repensei os momentos, dores de amores vividos e desfeitos e em nenhum deles pude encontrar tamanho desencanto!"
A dor do amor nos leva a querer negar o sofrimento, até para servirem de escudo e salvação, passamos a pensar que a dor passada foi menor que a dor do amor presente, embora saibamos que todas as dores foram infames e nos destruiram por dentro.
Não existe dor maior do que a dor do amor. Ela é terrível, pois destrói a nossa auto-estima. Mexe com os nossos afetos!
"Meu amor era puro sentimento a te fazer bendita na minha vida, uma emoção maior descrita com paixão e encantamento, que te fez minha MUSAH, minha arte e meu xodó!"
Ah fase boa do amor!
"Talvez nunca queira saber como consegui chegar até aqui, desse jeito, destruída, com uma tristeza de dar dó por agora ter certeza que você é e sempre foi uma mentira, uma falha, uma fantasia, uma MUSAHALHA a bailar na minha vida, e retratada com amor na minha poesia!"
A fase mais crítica da dor, onde tudo se mistura...
Caça e Caçador lutando de modo insano, deixando em cada movimento um rastro de dores e lamentos, culpas e pecados, como se isso fosse possível camuflar o amor e a paixão, que com certeza, hoje ainda existe a lhes queimar a alma, o peito e a saudade...
Ah essas "rinhas" de amor, tanta energia jogada fora, quando o melhor seria acabar tudo num abraço, num afago ou num beijo de amor!
Pensa nisso Elenara!
PS: Extensivo a tua MUSAH também!
A poesia é linda mas eu não sei o significado de Musahalha.
Será que é de uma mulher forte tipo muralha, resistente ao sentimento do amor...
Não entendi bem, mas acho que é por aí...
Um abraço!
Maria Helena!
Acho que você até tem razão em pensar assim, uma mulher forte, resistente ao sentimento do amor...
É..., até pode ser assim mesmo!
Valeu pela leitura e pela tentativa de interpretação do termo MUSAHALHA.
Vou tentar poemar essa palavra que inventei e ver no que vai dar.
Adoro desafios semânticos, ainda mais quando podemos juntos, poemar o amor e os seus adereços.
Um abraço!
Vai ser uma honra para mim.
Postar um comentário