18 maio, 2011

UMA QUESTÃO DE TEMPO

Se já não existo,
se já não presto,
se já não desperto
nenhum sentimento,
porque a raiva e as pedras
em quem já se tem por morta.

Se já não saio,
se já não corro,
se já não ando a tua volta,
então porque as pedras
se já não te ponho a perigo...

Será porque o medo existe
de refazeres o trajeto
e voltar a me buscar
como todas às vezes
em que me afastou
do teu caminho,
mas nunca do teu carinho!

Se é esse o teu medo,
descansa, pois hoje  
sou eu quem se afasta de ti,
como o diabo foge da cruz!

Como te aceitar de volta,
se quando pedi ajuda, 
uma palavra, um abraço,
veio o silêncio mortal
frio e desleal,
quando eu só queria um afago
para poder morrer em paz!

Tirar essa dor do peito
e ficar na lembrança
com o que houve de melhor!

Vã esperança para quem viveu
um amor bandido!

Que o futuro nos prove
para quem foi melhor
essa separação!

Como consolo, a certeza.
que te amei  e que daria
um rim por teu amor,
enquanto você,  
na busca de novas emoções,  
fez a escolha por outros pares.

Que se cumpra então, essa escolha!



3 comentários:

Simone Ortiz disse...

Minha criança linda, que emoção tu me fazes viver a essa hora da noite.
Que texto emocionante acabei de ler. Eu sabia do teu potencial, mas nunca havia imaginado que fosse de tanta sensibilidade.
Como tu deves estar sofrendo querida, nessa hora, nesse momento da tua vida.
Que tudo fique bem, que fique enternecido o coração da tua amada.
Que vocês possam ainda viver esse amor!
Sucesso!

Vera Beatriz disse...

Olha, sempre tem o medo sim de um dos lado retroceder e tentar voltar,
Os sentimentos e a saudade nos afligem. Lembranças boas de um tempo amoroso, nos comovem e nos fazem pensar se não erramos e quando isso começa a pintar na nossa cabeça, ah, aí não tem volta, voltamos mesmo.
Temos ainda os sonhos que não nos deixam esquecer e que nos revelam que ainda estamos conectados...
Podes crer que é bem assim!
Acho o teu texto muito saboroso de ler, é instigante e sedutor.
Deves ser uma ótima pessoa. Parabéns!

Ana Júlia disse...

Mas o perigo está justamente quando um lado desdenha e faz o outro sofrer por prazer e culpa também!
Pensa nisso!!!

Achei o máximo o poema.
Tens um estilo totalmente singular. Ninguém escreve assim, tão espontâneamente, tão amorosamente, até as víceras do coração e da alma, que tu consegues materializá-la em palavras.
Uma jóia rara!
Meus parabéns!