08 dezembro, 2010

DUETO
De que adianta ficar assim,
meio a meio,
dividida,
confusa nas suas escolhas,
se é comigo
que a tua vida toma brilho,
toma luz e sai pro dia!

De que adianta
esse passado
tantas vezes já vivido,
circundando tuas noites
com odores conhecidos,
de velhas lembranças
já mofadas pelo tempo,
envelhecidas,
se sou eu
que te chamo para vida!

De que adianta
a dança,
o vinho,
a cerveja,
o cigarro
perfumando tuas noites,
se é a saudade de mim
que te faz amanhecer!

De que adianta esse “dueto”,
essa dança das cadeiras,
onde um te leva pro gueto
onde muitos já passaram
por ti em disparada,
e eu que te quero doce
como antes, deliciosamente
feita para o meu prazer!

Toma tento,
ainda a tempo
de viveres esse amor comigo
pois não sendo menino,
te amo como mulher!

Toma tento,
ainda há tempo
para descobrires
que o teu amor por mim,
também, é feminino!

2 comentários:

ANA APARECIDA disse...

Só posso escrever que achei esse poema maravilhoso.
Que sensibilidade!
Parabéns!

Manoela Caetano Braz disse...

"Toma tento, ainda há tempo de viveres esse amor comigo pois não sendo menino, te amo como mulher!
Toma tento, ainda há tempo para descobrires que o teu amor por mim, também, é feminino!"

Elenara!
Cada vez tu ficas melhor...
Acho que és como um bom vinho, "quanto mais velha, melhor...ehehehehe!"
Penso que só um coração apaixonado é que consegue escrever essas palavras lindas.
Que maravilha!
Tu consegues dar a homoafetividade uma conotação toda afetiva, apaixonada e sensível.
Só mesmo uma mulher com um amor delicado saberia escrever tão bem assim.
Um beijo no coração.