Lacan explica!

Ao longo da vida, como diletantismo, tenho procurado praticar o exercício da observação humana, da sua natureza, dos seus conflitos, do seu modus vivendi, e não poucas vezes, a mergulhar fundo nos seus sonhos, fantasias e utopias, construindo-me melhor um pouco, outras tantas, surpreendida pela minha própria incapacidade de compreender os seus significados.
Sempre que isso acontecia, revigora-me a crença que o ser humano, por sua complexidade, é o ser que mais precisa estar em constante desenvolvimento, para poder aprender que ele não se basta em si mesmo.
Seguindo por esse olhar aprendiz, quero externar que a pratica do saber é um exercício muito antigo, que vem de longa data, que estuda o modo como o homem materializa a importância dos objetos, das coisas e de tudo que o rodeia para obtenção dos valores que queira agregar para a sua vida.
Com base nessa premissa, descubro que em pleno século 21, o homem como ser político e agente maior das transformações sociais, ainda se depara com conceitos ideológicos de puro ranço, menosprezando a deficiência física do Presidente Lula (perda do dedo mínimo), como demérito e até de incapacidade da própria nação brasileira em ter nas urnas da democracia, referendado os anseios e esperanças de todo um povo, que com seu voto avalizou o querer de um Brasil melhor.
Chega ser comovente perceber quando leio a análise do funcionário público Nelson Coelho, no Espaço do Leitor do dia 26 de maio, o quanto sacrificante deve ser para ele, o exercício da observação humana.
Uns enfrentam o espelho das suas almas e se renovam a cada diferença percebida, outros se fortalecem no estilhaço do seu ego para não enxergarem o seu próprio espelho.
Que o diga Lacan!