MELANCOLIA
Se eu te deixo nessa hora assim como quem chora um amor que se perdeu, não chia nem reclame que eu não chame mais teu nome, pois tudo o que eu mais quis, você desfez como bem quis.
Doeu demais suportar teus atalhos, sentir o meu amor em frangalhos e como se nada fosse importante, deixar-me solta, mas refém das tuas eternas indecisões!
Como viver desse modo o amor que sinto tanto por ti, se os dias passam e não vem o alimento para a minha alma, carinho para essa espera que hoje já me desespera!
Como ficar assim indiferente, não ligar, levar adiante os sonhos que não vivemos e continuar sorrindo esperando que amanhã de modo sorridente digas-me sem nenhum temor que não era para seres o meu amor!
Não consigo espantar a dor que sinto, quando a saudade avizinha-se de mim, sem alarde, na manha, quando me deito e sem conseguir dormir, se apossa de mim, se agiganta, fazendo doer o peito já doído por essa espera que já me é tão costumeira.
Juro por Deus que não quero tatuar mais essa sina nesse meu coração estropiado, que por te amar desse jeito, não quer outro defeito que todas as dores dos amores já causaram!
Quero e preciso do meu riso, do teu penso, do teu siso, do juízo que a vida te roubou!
Quero e preciso te abraçar como se teu corpo fosse a raiz que me ampara, que me agarra e me empurra para mais uma odisséia que é te amar e esperar que tu venhas até a mim!
Se eu cansar não te possua pelos teus demônios, pelos teus chiliques, apenas deixe-me ir com a minha tristeza que com certeza, não chegou com a chuva, com o frio e com essa solidão que se abate e se debate num último fio de esperança, que é eu poder, ainda te encantar!
Amo-te tanto que nem sei mais qual a razão de todos os meus ais, só apenas que eu queria te amar!
Vê se pode?